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Filme expõe as "vergonhas" dos nerds
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
Começa com um beijo e
com um beijo termina
"Apenas o Fim", estreia na
direção de Matheus Souza.
A garota é retratada como a insensível que destrói o coração do nerd.
Mas a atriz Erika Mader,
24, vê sua personagem como "uma tremenda farsa".
"Acho que ela é mais romântica e insegura do que
ele. Ela veste a máscara de
má para se proteger."
Para Gregório Duvivier,
23, o garoto "até o final
não se toca que ela vai embora". "Se de cara ele percebesse isso, não tinha por
que eles ficarem conversando. Gradativamente
ele percebe que é sério."
O casal faz um retrospecto da relação com um
diálogo divertido e cheio
de referências de uma juventude que está diante e
por trás das câmeras.
Duvivier vê mais: "Tem
uma coragem do filme de
sair do cânone e abordar
as culturas marginais. É
falar do "Pokémon", que o
próprio nerd renega que
gosta. É essa coragem de
falar do "lixo" da cultura
nerd". "Afinal, os nerds
também têm suas vergonhas", completa Erika. "O
afeto entre eles é mais explícito, porque não são
dois estudantes de cinema
que ficam só falando de
Godard", arremata ele.
Eles rodaram o longa
em 15 dias, nas férias na
PUC. Com só R$ 8.000 e
equipamento emprestado
da faculdade, cada um arrumou amigos para fazer
participações, como o comediante Marcelo Adnet.
Sem saber quem ia aparecer, acabaram improvisando esses diálogos.
Outros imprevistos foram as mudanças climáticas. "O filme se passa em
uma hora, mas tinha dias
nublados, noutros estava
sol. Então o diretor pedia
para o Gregório dizer que
o tempo estava mudando
rápido", conta Erika.
Sem entregar nada, no
final dos créditos, há um
"bônus", como diz Duvivier. "Tem um final alternativo, mas tem de ficar na
sala para entender."
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