São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999 |
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DISCOS - LANÇAMENTOS Ultrapop anos
RITCHIE PEDRO ALEXANDRE SANCHES da Reportagem Local Aos 16 anos de idade, um dos discos mais bem-sucedidos do pop brasileiro dos 80 chega afinal ao formato CD. "Vôo de Coração", álbum de estréia de Ritchie, 47, que em 1983 vendeu 1 milhão de cópias e ameaçou o trono então estável de Roberto Carlos, está à venda por correio, pelo MusiClub; só no final deste mês chega às lojas. Enquanto hits como "Menina Veneno", "Casanova", "A Vida Tem Dessas Coisas", "No Olhar" e "Pelo Interfone" voltam a ser acalentados, o artista inglês radicado no Brasil desde os 70 desenvolve carreira como web designer. Trabalhando diretamente com o músico e artista eletrônico britânico Thomas Dolby, pesquisa o plug-in Beatnik, com o qual formulou sua homepage (www.ritzcafe.com). E a música? "Tenho material inédito, não paro de produzir. Só não tenho saída no momento. É pena que as gravadoras não se interessem", diz, afirmando que o trabalho atual o mantém ligado à música. "As novas ferramentas mostram que a música pode ser democratizada, que o usuário pode interferir diretamente nela." Não estaria assim defendendo seu afastamento do grande mercado? "A influência dos DJs nada mais é que a interferência do ouvinte na obra feita", defende-se. "Quanto a mim, estou fora de qualquer jeito. É claro que gostaria de estar cantando. Adoro, tenho convicção que faço isso bem." A independência permite o tom crítico: "As gravadoras hoje são totalmente obcecadas por marketing, esqueceram que há uma cultura por que zelar. As pessoas de gravadoras não são movidas por gosto musical, mas por medo -o fracasso aqui é fatal". Mais: "Não é o público que quer as bundas, o público quer o que lhe é oferecido. Como dizia Oscar Wilde, ninguém perde dinheiro subestimando o gosto do público". Texto Anterior: Resenha da semana - Bernardo Carvalho: Curto-circuito da mentira Próximo Texto: "Vôo de Coração" é ouro pop Índice |
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