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FILMES
TV ABERTA
"Vivendo no Limite" tem a força de Scorsese
Piratas Modernos
SBT, 15h15.
(Jumping Ship). EUA, 2001. Direção:
Michael Lange. Com Joseph Lawrence,
Matthew Lawrence. Dois turistas
americanos na Austrália começam por
ser assaltados no aeroporto, depois no
barco que alugam, por fim são vítimas de
uma tentativa de sequestro. Feito para
TV.
As Oito Condenadas
Globo, 23h.
(The Expendables). EUA, 2000. Direção:
Janet Myers. Com Brett Cullen, Robin
Givens. Grupo de presidiárias ajuda
militar a cumprir missão quase
impossível: libertar uma americana da
prisão em Cuba. Pouco a esperar. Feito
para TV. Inédito.
Vivendo no Limite
SBT, 23h50.
(Bringing Out the Dead). EUA, 99, 121
min. Direção: Nicolas Cage, Patricia
Arquette. A vida de um paramédico de
Nova York (Cage) vista por Scorsese. Tem
a força do diretor, mas também esse
ritmo muito forçado que Scorsese
desenvolve por vezes. Inédito.
Em Veneza com Emmanuelle
Bandeirantes, 2h.
(Emmanuelle in Venice). França, 93, 90
min. Direção: Francis Leroi. Com Sylvia
Kristel, Marcella Wallerstein.
Emmanuelle tenta aproximar amiga
infeliz de um antigo amante (da amiga),
o único homem capaz de proporcionar-lhe felicidade. Mais um episódio
turístico-erótico da série feita no começo
dos anos 90 a fim de capitalizar o nome
de Emmanuelle e a fama de Kristel, agora
já uma senhora.
Testemunha do Passado
SBT, 2h10.
(Brother Future). EUA, 91. Direção: Roy
Campanella. Com Phil Lewis, Carl
Lumbly, Vonetta McGee. Jovem negro é
atropelado, bate a cabeça no chão,
desmaia e, em vista disso tudo, é
remetido ao passado, a 1822, tempo de
escravatura de que será testemunha.
Tempo de Guerra
Globo, 2h40.
(Class of "61). EUA, 93. Direção: Gregory
Hoblit. Com Christien Anholt, Andre
Braucher. Militares formados na
academia de West Point em 1861
tomam, de imediato, caminhos
diferentes: começa a Guerra de Secessão,
uns ficam com a União, outros engajam-se na luta dos Confederados. Feito para
TV. Inédito.
A Ilha do Tesouro
SBT, 4h10.
(Treasure Island). EUA, 89, 131 min.
Direção: Fraser C. Heston. Com Charlton
Heston, Christian Bale, Christopher Lee.
Adaptação do romance de R.L.
Stevenson, sobre o garoto (Bale) que vai
em busca do tesouro cujo mapa herda do
capitão Billy. O problema é que a horas
tantas o capitão Long John Silver
(Heston) liderará um motim, a fim de
ficar com todo o tesouro. Filme para TV a
cabo e primeira direção de Fraser, filho
de Charlton. A história é de arromba, e
essa versão não é indigna dela. Só para
São Paulo.
(IA)
TV PAGA
"Insônia" encaixa "noir" em ambiente branco
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Um funcionário da locadora
2001, em São Paulo, deu a
melhor definição de "Amnésia":
"É "Desejo de Matar" de trás pra
diante".
Não lembro o nome dele agora, mas gostaria de saber o que
diria de "Insônia", o filme seguinte de Christopher Nolan, que estréia hoje na HBO.
Se em "Amnésia" o truque é
temporal, aqui é antes de tudo espacial: Al Pacino é o tira que vai
fazer uma investigação no Alasca,
num lugar onde não existe noite.
Pacino é um tira admirável, ao
que parece, ou pelo menos é isso o
que pensam os demais tiras envolvidos, sobretudo uma jovem
investigadora.
O filme não é, a rigor, e ao menos como conclusão, muito diferente de "A Marca da Maldade",
de Orson Welles. Também parece
um "whodunit" (tipo de policial
em que o essencial é saber quem é
o culpado). Ou ainda um "filme
noir" realizado num ambiente inteiramente branco: é o tipo de paradoxo que parece seduzir Nolan,
ou em todo caso o que ele julga
que seduzirá os fãs (no caso,
"Amnésia" é o "remake" de um
filme norueguês).
A lei do cão cinematográfica
não é nova: é preciso fazer algo
para chamar a atenção, causar
impacto, distinguir seu filme dos
demais etc.
Nos últimos anos ela ganhou
mais peso. Trabalha-se na criação
de rótulos ("Dogma", por exemplo) e procedimentos técnicos
que triunfem sobre a concorrência com tanto empenho que o filme se torna secundário.
Em geral, isso rende algum tempo de glória, mas em troca o realizador acaba prisioneiro de seu
macete, forçado a reproduzi-lo,
quase sempre com sucesso decrescente.
É o calvário do cinema: não a
dúvida entre ser arte ou indústria.
Mas ser uma arte numa indústria.
Já era problema bastante. Agora
ele começa a ser visto como um
veículo, um mídia, enfim: um suporte. Era o que faltava.
INSÔNIA. Quando: hoje, às 21H, no HBO.
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