São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2007

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Versão nacional de "Miss Saigon" chega a São Paulo

Sucesso na Broadway, musical foi visto por mais de 33 milhões de pessoas no mundo

Com US$ 12 milhões de investimento, montagem sobre romance durante guerra inclui orquestra, 42 intérpretes e 500 figurinos

Divulgação
A atriz Lissah Martins, ex-Rouge, que faz sua estréia como atriz no papel de Kim, a Miss Saigon

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Foi uma foto de revista, nos anos 80, que inspirou a dupla Claude-Michel Schönberg e Alain Boublil a criar "Miss Saigon", um dos maiores e mais caros sucessos da Broadway, cuja versão brasileira estréia hoje no teatro Abril.
Na imagem, uma mãe vietnamita, finda a Guerra do Vietnã, despedia-se do filho no aeroporto. Tinha esperança de que o pai, ex-soldado dos EUA com quem mantivera um romance, desse à criança tudo o que o sonho americano prometia. A imagem era um bom resumo da ópera. Literalmente. Servia de pretexto para a releitura de um sucesso de Giacomo Puccini, "Madame Butterfly", sobre um romance entre uma japonesa e um americano no fim do século 19, em que a protagonista agoniza a inevitável separação da criança que teve com o militar. Em "Miss Saigon", o mote é transposto para o Vietnã dos anos 70.
Assunto ainda quente + ópera de Puccini + investimentos do produtor Cameron Mackintosh (o mesmo de "O Fantasma da Ópera") + forte estratégia de marketing resultaram em fenômeno: o espetáculo foi visto por mais de 33 milhões de pessoas, em 25 países. É essa a fórmula de "Miss Saigon", que teve sua primeira estréia em Londres, em 1989, e depois em Nova York, em 1991.
Para trazê-la a São Paulo, a CIE Brasil investe US$ 12 milhões (cerca de R$ 23 milhões), montante nunca antes vislumbrado por uma companhia de teatro brasileira, nem sequer por uma edição inteira de um projeto de incentivo público da área. O Programa de Fomento ao Teatro, por exemplo, precisou de quatro anos para distribuir R$ 25 milhões a dezenas de grupos. Muitos usaram o dinheiro para pesquisa e construção de espaços, ainda sob a condição de uma contrapartida social, o que muitas vezes significava ingressos a baixos custos.
O montante é justificado pelo tamanho da equipe, com 42 intérpretes e uma orquestra, e pela estrutura complexa, com 500 figurinos e oito trocas de cenário. Tudo para reproduzir a montagem, com tradução de Cláudio Botelho e elenco selecionado há seis meses. Poucas são as modificações.
"O equipamento hoje é mais moderno, o que torna a peça mais ágil e os efeitos mais reais", diz o diretor da peça, Fred Hanson. Ele não se estende sobre a modernização "para não estragar surpresas". A decolagem de um helicóptero no palco, que na Broadway era um dos grandes momentos, muda em terras brasileiras. Hanson diz que agora a cena é feita com projeções e que essa versão usa "mais recursos tecnológicos".
Sabe-se que o maquinário do helicóptero não costuma viajar com as franquias de "Miss Saigon". Além dos custos de transporte, poucos teatros têm capacidade para recebê-lo.

MISS SAIGON


Onde:
teatro Abril (av. Brig. Luís Antônio, 411, tel. 0/xx/ 11/6846-6000).
Quando: estréia hoje; qua., qui. e sex.: 21h; sáb., 17h e 21h, dom., 16h e 20h.
Quanto: R$ 65 a R$ 200



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