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Crítica
Hitô apresenta boa e variada seleção de peixes em clima agradável e cordial
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
O
café que recentemente
foi instalado, no Itaim,
bem na entrada da vila
onde funciona o restaurante
Jardim Aurélia, não existe
mais. Em seu lugar, agora funciona um restaurante japonês,
o Hitô, com algumas peculiaridades. O ambiente ficou igual, o
que é interessante -no lugar
do típico visual de sushibar, o
que temos são cadeiras de vime, mesas espaçosas, janelas
para fora. O antigo balcão do
bar se transformou em balcão
de sushi. E a recepção é feita
cordialmente por alguém capaz
de dialogar mansa e longamente (se quiserem) com os clientes, o nissei Milton Toyoshima,
paulistano de 47 anos.
Os proprietários são os mesmos do Jardim Aurélia, os irmãos Alexandre, Ricardo e André Laham. Os dois primeiros
são advogados e o terceiro é
formado em hotelaria, mantendo-se todos trabalhando paralelamente em suas áreas e nos
restaurantes.
Para supervisionar o Hitô,
eles trouxeram Toyoshima,
que desde bem jovem atua em
restaurantes orientais: ele já
passou, por exemplo, pelo Shin
Zushi, pelo Gendai e pelo Shimo. Ao circular pelas mesas (e
eventualmente empunhando a
faca de sushiman), ele propõe
sugestões -dependendo do
que interessa ao cliente, sugere
que peça o menu de preço fixo
ou não. Mesmo o saquê ele pode aconselhar que seja pedido
em garrafa, se constatar que o
número de pedidos, se feito por
copo, sairá mais caro.
A conversa pode revelar, por
exemplo, que a oferta de peixes
do dia é bem mais variada e interessante do que consta no
cardápio. Mesmo um menu fixo -o festival, ou rodízio- pode começar com um gostoso
sashimi de tilápia embebida em
molho leve de limão, com ares
peruanos. E o sushi, que no cardápio à la carte é oferecido com
"salmão, atum e peixe branco",
poderá ter robalo, meca, carapau, agulhão e outros. E
poderão vir a ser incluídos no
menu fixo.
Com tal flexibilidade, pode
ser mais interessante pedir
mesmo o festival, ainda que
complementado por uma ou
outra dupla de sushis que estejam correndo por fora. Dele fazem parte também os pratos
quentes -embora guioza e bolinhos de entrada não sejam o
forte da casa e pratos como o
yakisoba tampouco deixem
saudade.
josimar@basilico.com.br
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