São Paulo, domingo, 12 de julho de 2009

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Galerias e casas viram palco de shows

Bandas independentes de São Paulo procuram locais que estão fora do circuito tradicional de apresentações ao vivo

Norte-americano Tommy Guerrero tocou na semana passada em um espaço na Vila Madalena que abriga uma galeria de arte e café

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

A designer Patricia Coli, 27, queria armar algo não convencional para promover as camisetas que criava. Como não tinha muita grana para gastar, chamou a banda Comma e fez um show no seu apartamento.
Com a presença de alguns amigos, equipamento improvisado e estrutura perto do zero, Coli ganhou elogios e decidiu prosseguir com a ideia. De dois anos para cá, ela organiza bazares de moda em que promove a apresentação ao vivo de grupos independentes.
Na semana passada, por exemplo, a designer organizou um show da banda instrumental Elma na casa de sua avó.
"Hoje eu sempre chamo músicos para tocarem nos bazares que organizo. Assim você junta os amigos em um lugar legal, toma cerveja por um preço justo e ainda conhece uma banda."
Assim, casas particulares, lojas e galerias paulistanas tornaram-se palcos de shows descompromissados e intimistas.
No domingo passado, o norte-americano Tommy Guerrero, um ex-skatista que virou um elogiado roqueiro, tocou no Espaço Soma, lugar inaugurado em abril, na rua Fidalga, na Vila Madalena, que abriga a Redação de uma revista (a +Soma; cuja tiragem de 10 mil exemplares é distribuída gratuitamente), galeria de arte e café.
"Queríamos nos conectar com nosso público, que as pessoas presenciassem algumas experiências que colocamos na revista", explica Tiago Moraes, 32, um dos sócios do local.
Os shows no Espaço Soma ocorrem semanalmente, normalmente aos sábados. O ingresso para assistir a nomes nacionais custa em torno de R$ 10. O local tem capacidade para receber até 250 pessoas.
"É um espaço de convivência, que atrai e une as pessoas. Como um ponto de encontro."

Mais pessoal
A intenção de promover um diálogo mais pessoal com o público é o que motiva empresas como Apple e HMV a promover shows intimistas em suas lojas (leia texto nesta página). É um exemplo seguido pela American Apparel, que em sua unidade da rua Oscar Freire abrigou performances de nomes como Some Community e Inverness.
"Eu lia em livros e revistas sobre como o Fugazzi e o Beat Happening [cultuadas bandas independentes dos EUA] faziam seus shows há um tempo. E queria fazer algo parecido por aqui", conta o produtor musical Eduardo Ramos, 31.
Com a ideia na cabeça, ele já montou eventos em parque, no salão União Fraterna, no bairro da Lapa, e em casas de amigos. O produtor americano Dan Deacon, após tocar no Tim Festival no ano passado, fez uma apresentação para 40 pessoas em uma residência próxima ao parque Ibirapuera.
"As pessoas querem experimentar coisas diferentes. O formato tradicional de shows está ficando chato", diz Ramos.
Um dos locais que não parece estar ficando chato, pelo contrário, é a Casa do Mancha, na Vila Madalena. Ali, em uma travessa da movimentada r. Fradique Coutinho, pode-se beber cerveja e assistir a shows de nomes como Monique Maion.


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