Vocalista, que vem ao Brasil em outubro, aparenta cansaço nos EUA

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Aos 48, Jon Bon Jovi dá sinais de cansaço. Em plena turnê de "The Circle", a mesma que deve ir ao Brasil em outubro, a banda fez, em casa, um show protocolar, do qual o vocalista saiu carregado, mancando.
Na última sexta-feira, o público do New Meadow- lands Stadium, em Nova Jersey -Estado onde Bon Jovi nasceu-, acompanhou duas horas e meia do que deveria ter sido um grande espetáculo para fãs, cheio de sucessos antigos da carreira.
Mas o grupo, recém-chegado de uma maratona de 12 shows em Londres, parecia fazer um grande esforço para emendar as 27 canções do repertório. Apesar do jogo de luzes e imagens nos três telões colados ao palco, a falta de entusiasmo do vocalista derrubou a plateia.
Hits como "You Give Love a Bad Name", "Born to Be My Baby", "Bad Medicine", "Keep the Faith" e "I'll Be There for You" resgataram os melhores momentos do grupo, entre meados dos anos 1980 e o início dos 1990, e deram algum ânimo aos fãs.

SEM NOVIDADES
Já os sucessos revisitados, como "Someday I'll Be Saturday Night" com arranjo romântico, e as músicas do repertório recente, como "When We Were Beautiful", eram lembretes de que a banda não soube se reinventar.

FISGADA
Em qualquer caso, Bon Jovi se limitava a caminhar um pouco pelo centro do palco, "dançar" dando pequenos pulos no mesmo eixo, como se estivesse se aquecendo, e sorrir, agradecendo pelo apoio dos conterrâneos.
Durante o bis, um mau jeito na perna esquerda coroou uma noite correta, mas sem a energia de outros tempos.
Bon Jovi sentiu dor enquanto cantava a sua versão de "Glad All Over", de Dave Clark e Mike Smith, que foi gravada pelos Beatles.
Ao dar um salto e abrir as pernas, ele pareceu sentir uma fisgada na panturrilha esquerda. Sem interromper nenhum verso, continuou a canção mancando, fazendo movimentos de alongamento e expressões de dor. "Sou velho, o que posso dizer?", brincou, antes de entoar "Livin" on a Prayer" e encerrar o show.
Depois dos agradecimentos, o tecladista David Bryan percebeu que Bon Jovi não conseguia deixar o palco sozinho. Ele ofereceu o seu ombro e abraçou o vocalista, que se despediu aos pulinhos, sem encostar a perna esquerda no chão.