DO ENVIADO A PARATI

O cientista político Samuel P. Huntington não tinha previsto essa. O "choque de civilizações" que ele imaginou também acontece em Parati -e no plano etílico.
Uma das figuras mais polêmicas da festa literária, Christopher Hitchens já ficou conhecido por andar sempre com um copo de uísque na mão e não gostou de experimentar o orgulho nacional, a caipirinha (o "local poison"/ veneno local). "É bebida de meninas." Nada a ver com gosto. "Tem pouco álcool", comenta ele.
Ele está gostando do Brasil, mas ficou chocado ao descobrir que hotéis no Rio de Janeiro promovem passeios turísticos para favelas. "São uma vergonha; favela é a única palavra em português conhecida em todo o mundo."
Britânico atípico, não dá bola para a pontualidade. Anda com jeans surrados, passeia de meias pelo hotel e gosta do uísque puro, que começa a tomar antes do café. Ele "coleciona" garrafas do destilado no quarto.
Realmente, o jornalista parece um personagem do clássico samba "Camisa Listrada", de Assis Valente: "Em vez de tomar chá com torrada, ele bebeu parati/ Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão/ E sorria quando o povo dizia: sossega leão, sossega leão". (MS)


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