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Toni Morrison faz a palestra mais concorrida do dia
DOS ENVIADOS ESPECIAIS A PARATI
A Prêmio Nobel Toni Morrison é a campeã de audiência na
Flip até o momento. Segundo a
organização do evento, ela lotou ontem à noite a Tenda dos
Autores, auditório que teve 740
lugares ocupados (40 além da
lotação normal).
Morrison começou sua participação na décima mesa da programação oficial fazendo a leitura de um trecho de seu romance "Amor" (Companhia
das Letras). Depois, respondeu
a perguntas dirigidas por uma
jornalista com quem dividia o
palco. Em diversos momentos
mostrou desconforto com o rótulo de representante da literatura negra e feminina. Em uma
das vezes, mudou de assunto
bruscamente, respondendo
que tinha ficado muito feliz de
ter recebido o Nobel, arrancando risos da platéia.
A autora foi aplaudida algumas vezes, principalmente
quando respondeu se sua literatura era marcada por transformar coisas "feias" em "bonitas". Citou a "carga de 250 anos
de escravidão" e respondeu que
não queria tornar a realidade
(da comunidade afro-americana) bonita, mas "palatável".
Lillian Ross
Em outra mesa concorrida, a
veterana jornalista Lillian Ross
fez uma apresentação na linha
"mais do mesmo". Ela negou
que exista um "new journalism", gênero do qual é considerada uma das fundadoras, e foi
enfática: "Não existe jornalismo novo ou velho, e sim jornalismo bom ou mau". Ross, que
escreve para a revista "New
Yorker" desde os anos 50, também se eximiu de elaborar o tema proposto pela Flip ("A Arte
na Reportagem") e considerou
"pretensioso" falar de arte na
reportagem.
Philip Gourevitch, editor da
revista "Paris Review" e seu
parceiro de mesa, discordou
dela algumas vezes. Gourevitch
foi contra a opinião de Ross
quando ela disse que os artigos
da "New Yorker", revista em
que ele também trabalhou e colabora, não têm viés subjetivo.
(MS, ES e SC)
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