São Paulo, sábado, 12 de agosto de 2006

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Toni Morrison faz a palestra mais concorrida do dia

DOS ENVIADOS ESPECIAIS A PARATI

A Prêmio Nobel Toni Morrison é a campeã de audiência na Flip até o momento. Segundo a organização do evento, ela lotou ontem à noite a Tenda dos Autores, auditório que teve 740 lugares ocupados (40 além da lotação normal).
Morrison começou sua participação na décima mesa da programação oficial fazendo a leitura de um trecho de seu romance "Amor" (Companhia das Letras). Depois, respondeu a perguntas dirigidas por uma jornalista com quem dividia o palco. Em diversos momentos mostrou desconforto com o rótulo de representante da literatura negra e feminina. Em uma das vezes, mudou de assunto bruscamente, respondendo que tinha ficado muito feliz de ter recebido o Nobel, arrancando risos da platéia.
A autora foi aplaudida algumas vezes, principalmente quando respondeu se sua literatura era marcada por transformar coisas "feias" em "bonitas". Citou a "carga de 250 anos de escravidão" e respondeu que não queria tornar a realidade (da comunidade afro-americana) bonita, mas "palatável".

Lillian Ross
Em outra mesa concorrida, a veterana jornalista Lillian Ross fez uma apresentação na linha "mais do mesmo". Ela negou que exista um "new journalism", gênero do qual é considerada uma das fundadoras, e foi enfática: "Não existe jornalismo novo ou velho, e sim jornalismo bom ou mau". Ross, que escreve para a revista "New Yorker" desde os anos 50, também se eximiu de elaborar o tema proposto pela Flip ("A Arte na Reportagem") e considerou "pretensioso" falar de arte na reportagem.
Philip Gourevitch, editor da revista "Paris Review" e seu parceiro de mesa, discordou dela algumas vezes. Gourevitch foi contra a opinião de Ross quando ela disse que os artigos da "New Yorker", revista em que ele também trabalhou e colabora, não têm viés subjetivo. (MS, ES e SC)


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