São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 2011 |
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CRÍTICA RAP Jay-Z e Kanye West estreiam como dupla em ótimo CD CARLOS MESSIAS DE SÃO PAULO Bloqueio criativo, intimidação perante o próximo álbum, conflitos de direção artística. Nada disso existe no léxico dos dois pesos-pesados do rap atual, Jay-Z e Kanye West. Se eles fazem um bom disco, é apenas para, na sequência, entregarem outro melhor. E em "Watch the Throne", seu primeiro álbum como dupla, os rappers escancaram os limites do hip-hop com infusões primorosas de soul, R&B, gospel e jazz em meio ao fundo dance-pop. O disco foi lançado na segunda-feira pelo iTunes e hoje chega às lojas no exterior em formato físico. Ao Brasil deve chegar no dia 30. O projeto foi concebido há quase um ano e gravado com diversos produtores e colaboradores em hotéis do mundo. Em uma primeira audição, "Watch the Throne" soa ridiculamente grandioso. Samples, loops, viradas rítmicas imprevisíveis e coros femininos sobrecarregados. Em "Otis", o segundo single, a dupla tem a pachorra de evocar a "participação" do próprio Otis Reading (1941-1967). Mas basta escutar algumas vezes para perceber como tudo se encaixa nesse auspicioso mosaico de texturas. O duo tem munição em excesso, mas não soa excessivo. O rapper Kanye West reafirmou o produtor irrequieto que também é em faixas como "No Church in the Wild" e "Why I Love You", que trazem a mesma atmosfera sombria do seu último álbum solo, "My Beautiful Dark Twisted Fantasy" (2010). Jay-Z dispara sua típica metralhadora verbal em rimas basicamente sobre sexo e poder, como "Niggas in Paris", que integra a versão de luxo do álbum. A "patroa" Beyoncé ainda comparece na açucarada "Lift Off". "Watch the Throne" é um exercício de artistas que têm tudo que poderiam querer e sabem se divertir. Quem tiver algum problema com isso que tente tirá-los do trono. WATCH THE THRONE ARTISTAS Jay-Z e Kanye West LANÇAMENTO Universal QUANTO US$ 9,99 (cerca de R$ 16), na Amazon AVALIAÇÃO ótimo Texto Anterior: Documentários sobre transexuais acendem debate em Gramado Próximo Texto: Carlos Heitor Cony: Os soluços do outono Índice | Comunicar Erros |
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