ELVIS MITCHELL
DO "NEW YORK TIMES"

Uma das principais atrações deste ano no Festival Internacional de Filmes de Toronto, que será encerrado amanhã, foi a estréia de "Greendale", de Neil Young, uma versão memorável, em filme, de seu novo disco.
Feito com diversas câmeras Super-8 da coleção de Young, o filme é a visualização de um ciclo de canções que conta casos de uma cidadezinha, onde assassinato e violência são incitados por um diabo com feições de querubim.
Os personagens que moram nessa cidade dão voz às letras do CD, cantadas por Young, acompanhado da banda Crazy Horse.
"As músicas são simples. Na maior parte, são melodias de dois, três acordes que escrevi para que fossem fáceis de lembrar", disse Young. "Não queria que elas fossem complicadas."
Greendale faz eco a um dos temas mais frequentes da obra do cantor: a resistência a mudar. "É verdade", disse. "Acho que não há quem me conheça que não concorde com isso."
A passagem pelo festival coincide com a turnê do disco novo. "Ficamos radiantes quando soubemos que o filme havia sido aceito", disse sobre a inclusão de "Greendale" no festival. "E pudemos planejar a turnê para estar aqui durante a mostra."
A versão ao vivo de "Greendale" é bem parecida com o filme. No palco, Young toca as músicas enquanto três membros de sua produção interpretam as cenas. Eles também são "atores" no filme.
Embora seja a primeira vez que Young vai a Toronto, ele não é estreante em festivais de cinema. "Em 1969, levei um filme ao Festival de Dallas, e ele foi odiado", disse. Em 1995, ele teve mais sorte em Cannes, quando acompanhou Jim Jarmusch, que levava seu faroeste estilizado "Dead Man", para o qual Young compôs a trilha.

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