São Paulo, segunda-feira, 12 de setembro de 2005

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Em suas obras, artista uniu a estética à ética

DA SUCURSAL DO RIO

Frans Krajcberg tem bons motivos para se definir como "artista brasileiro", e não como "polonês".
Foi aqui no Brasil, onde chegou em 1948, que ele desenvolveu sua arte e encontrou o material que se tornaria a sua razão de viver e criar: a natureza, seja ela exuberante ou destruída pelo homem.
Tendo estudado engenharia e artes em Leningrado, na antiga União Soviética, e também artes em Stuttgart, na Alemanha, Frans Krajcberg iniciou sua carreira de um modo mais convencional, fazendo pinturas -duas foram expostas na Bienal de São Paulo de 1951- e trabalhando até como engenheiro em uma fábrica de papel no Paraná.
Largou o emprego, entrou na floresta para pintar e, de uma certa forma, nunca mais saiu dela.

Raízes e troncos
Valeu-se bastante das pedras de Minas Gerais e de Ibiza, na Espanha, assim como morou em Paris e no Rio de Janeiro, mas as raízes, os troncos e as folhas da Amazônia, do Pantanal e de outras regiões do país, em especial quando calcinados por queimadas, passaram a ser sua obsessão.
Fez nos anos 60 suas primeiras esculturas com árvores mortas. Na casa-ateliê de Nova Viçosa, onde vive desde 1972, reforçou esse caminho, em que uniu, como já ressaltou o crítico Frederico Moraes, a estética com a ética.
Cada trabalho seu é, ao mesmo tempo, produção de beleza e de denúncia. Assim, Krajcberg tornou-se referência para artistas brasileiros de diversas tendências. (LFV)

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