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SAIBA MAIS
Em suas obras, artista uniu a estética à ética
DA SUCURSAL DO RIO
Frans Krajcberg tem bons
motivos para se definir como
"artista brasileiro", e não como
"polonês".
Foi aqui no Brasil, onde chegou em 1948, que ele desenvolveu sua arte e encontrou o material que se tornaria a sua razão de viver e criar: a natureza,
seja ela exuberante ou destruída pelo homem.
Tendo estudado engenharia e
artes em Leningrado, na antiga
União Soviética, e também artes em Stuttgart, na Alemanha,
Frans Krajcberg iniciou sua
carreira de um modo mais convencional, fazendo pinturas
-duas foram expostas na Bienal de São Paulo de 1951- e
trabalhando até como engenheiro em uma fábrica de papel no Paraná.
Largou o emprego, entrou na
floresta para pintar e, de uma
certa forma, nunca mais saiu
dela.
Raízes e troncos
Valeu-se bastante das pedras
de Minas Gerais e de Ibiza, na
Espanha, assim como morou
em Paris e no Rio de Janeiro,
mas as raízes, os troncos e as
folhas da Amazônia, do Pantanal e de outras regiões do país,
em especial quando calcinados
por queimadas, passaram a ser
sua obsessão.
Fez nos anos 60 suas primeiras esculturas com árvores
mortas. Na casa-ateliê de Nova
Viçosa, onde vive desde 1972,
reforçou esse caminho, em que
uniu, como já ressaltou o crítico Frederico Moraes, a estética
com a ética.
Cada trabalho seu é, ao mesmo tempo, produção de beleza
e de denúncia. Assim, Krajcberg tornou-se referência para
artistas brasileiros de diversas
tendências. (LFV)
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