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Crítica
Câmera xereta ativa tensão em "O Informante"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"O Informante" (HBO Plus,
22h) é uma história da indústria do tabaco. Ou antes, do
combate à indústria do tabaco.
Aqui, Al Pacino faz o repórter
do programa de investigação
jornalística "60 Minutos", da
emissora norte-americana
CBS. Russell Crowe é o informante, aquele que fornece os
detalhes sobre calhordices dos
executivos dessa indústria.
As coisas não se passam sem
tensão, e boa parte dela devemos, é verdade, à maneira como o diretor Michael Mann
conduz sua câmera: entrona,
instável, incisiva, como se o
próprio das câmeras de cinema
fosse justamente penetrar territórios resistentes.
Existem ainda as tensões no
interior da rede de televisão, já
que, entre recolher o material e
colocá-lo no ar, existe o risco de
uns tantos processos.
Um bom filme, sem dúvida,
embora muito inferior a
"Johnny Guitar" (Telecine
Cult, amanhã, às 13h10), que
Nicholas Ray dirigiu em 1954.
Por enquanto, não consigo ver
em Mann um novo Raoul
Walsh ou coisa assim.
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