São Paulo, segunda-feira, 12 de setembro de 2011

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JOGO DE ESPELHOS

Após nove anos longe do teatro, Mariana Ximenes volta aos palcos no papel de uma famosa atriz de televisão

Lenise Pinheiro/Folhapress
A atriz protagonista de "Os Altruístas"

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

Quando matou Saulo (Werner Schünemann) com uma faca entre as pernas, no último capítulo da novela "Passione", em janeiro, Clara entrou para a galeria de memoráveis vilãs da TV brasileira.
A personagem foi criada pelo autor da trama, Silvio de Abreu, especialmente para sua intérprete, a atriz Mariana Ximenes. "Só me atrevi a escrever um papel como o da Clara, uma jovem de facetas tão diversas, porque já tinha em mente quem daria vida a ela", explica o autor.
"Mariana lida de forma surpreendente com emoções que seriam próprias de atrizes com muitos anos de estrada. Ela nunca trabalha na superficialidade, o que confere a sua interpretação uma profundidade rara entre as de sua idade", completa ele.
É por essa intensidade que, para desencarnar da malvada, Mariana Ximenes, 30 anos completados em abril, optou por tirar férias da TV e agora encara o público de outra maneira.
Nesta sexta (16), ela estreia como protagonista da peça "Os Altruístas" no papel de uma famosa... atriz de TV!
As semelhanças, no entanto, param por aí. "Sydney é carente, bulímica e anoréxica", conta Mariana, que, durante as duas horas de conversa com a Folha, no café de um hotel na avenida São Luís, no centro de São Paulo, traçou uma generosa fatia de cheesecake; lambeu os beiços lembrando do almoço do dia anterior, frango com quiabo e polenta; e foi paparicada pelos colegas de elenco.
O espetáculo, que fica três meses em cartaz no Teatro Augusta, tem direção de Guilherme Weber e texto do dramaturgo norte-americano Nicky Silver.
A montagem, seu retorno ao tablado após nove anos, realiza um sonho antigo. "Sou apaixonada pelo teatro. Mesmo fora dos palcos, estava ali como espectadora. Para todos os lugares que viajo, assisto a uma peça. Fui até Canudos só para ver 'Os Sertões', de Zé Celso."
Há tempos que Mariana buscava por uma obra da qual gostasse. A história de Nicky Silver lhe foi apresentada pelo amigo Weber, que integra a Sutil Cia. de Teatro -a mesma de Felipe Hirsch.
"A Sydney sintetiza o universo de Nicky Silver", afirma. "Ele escreve sobre mulheres complexas, e, por coincidência, a Sydney é uma atriz de novela. Então, a gente ainda pôde brincar com alguns signos da metalinguagem", revela Mariana.


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