IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na ópera com que comemora seu centenário, o Theatro Municipal mostra seus bastidores. Coxias, fundos do palco e portas de serviço fazem-se ver na montagem de "Rigoletto", de Verdi, dirigida por Felipe Hirsch.
"Trata-se de uma encenação que tem profundo respeito pela dramaturgia de Verdi, mas, ao mesmo tempo, vai sugerindo leituras", afirma o diretor, que, com uma consagrada carreira no teatro, estreou na ópera em 2006 com uma inovadora e arrojada encenação de "O Castelo do Barba Azul", de Bartók, em Belo Horizonte.
"Não ambientei a ópera nem na Mântua do século 16 nem na São Paulo do século 21", diz. "É um 'Rigoletto' distópico e simbolista, que deixa o artifício do teatro claro", define Hirsch, que trouxe para o espetáculo a equipe da Sutil Companhia de Teatro -cenários de Daniela Thomas e Felipe Tassara, iluminação de Beto Bruel e figurinos de Veronica Julian.
"A ópera tem personagens humanos e menos arquetípicos, e é ótima para discutir o fazer artístico", afirma o maestro Abel Rocha, que rege seu primeiro título no Municipal desde que assumiu a direção artística da casa, em fevereiro, depois da crise da saída de Alex Klein.
Uma das mais célebres obras do repertório italiano, "Rigoletto" estreia hoje em récita fechada para convidados. A partir de quarta, a montagem tem cinco récitas, com dois elencos. O internacional traz o barítono Bruno Capronis, o tenor Leonardo Capalbo e a soprano Alexandra Lubchansky. Já o brasileiro destaca Rodolfo Giugliani (Rigoletto), Marcos Paulo (Duque de Mântua) e Linda Mendes (Gilda).

RIGOLETTO
ONDE Theatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/n., tel. 0/xx/11/3397-0327)
QUANDO qua., qui. e sex., 21h; sáb., 20h; dom., 17h
QUANTO R$ 15 a R$ 70


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