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Ator militava
pela pesquisa
com embriões
DA REDAÇÃO
O papel mais importante de
Christopher Reeve foi desempenhado na vida real. Nos últimos anos, o ator se tornou o
mais célebre defensor da pesquisa com células-tronco embrionárias, esperança -ainda
que a muito longo prazo- para pessoas com lesão da medula e que sofre restrições nos
EUA de George W. Bush.
As células-tronco são capazes
de se diferenciar em vários tipos de tecido no organismo, de
sangue a músculos e células
nervosas. Os cientistas acreditam que, no futuro, elas ajudarão a recompor partes do corpo danificadas por doenças degenerativas, como o diabetes, e
por lesões, como no caso de
Reeve, paralisado do pescoço
para baixo devido a uma queda
de cavalo em 1995.
A potencial terapia, no entanto, esbarra num dilema ético.
As células-tronco de maior capacidade -aquelas que podem virar virtualmente qualquer tipo de célula- só são encontradas em embriões humanos com poucos dias de vida.
Para serem extraídas, os embriões (que, nessa idade, têm
cerca de cem células e recebem
o nome de blastocistos) precisam ser destruídos.
Para os religiosos, a destruição de um embrião é o equivalente moral do assassinato. Nos
Estados Unidos, a igreja ganhou a queda-de-braço: a política de Bush para essa área só
permite que um número determinado de linhagens de células-tronco sejam pesquisadas
com financiamento federal. Na
prática, isso inviabiliza a maior
parte da pesquisa.
Reeve fez críticas a Bush. "Se
tivéssemos total apoio e financiamento do governo para uma
pesquisa agressiva com células-tronco, acho que seria razoável
especular que já estaríamos fazendo testes em humanos",
afirmou em, 2002.
Disse também que buscaria
tratamento no Reino Unido,
país que autoriza a pesquisa
com células embrionárias.
Reeve criou em 1999 uma
fundação para financiar e estimular o desenvolvimento de
terapias para lesão de medula.
Ele costumava viajar pelo país
apresentando seu caso e exigindo o fim da proibição à pesquisa com células-tronco nos
EUA. Foi seguido por personalidades como o ator Michael J.
Fox (que sofre do mal de Parkinson) e pela ex-primeira dama Nancy Reagan.
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