São Paulo, terça-feira, 12 de outubro de 2004

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Ator militava pela pesquisa com embriões

DA REDAÇÃO

O papel mais importante de Christopher Reeve foi desempenhado na vida real. Nos últimos anos, o ator se tornou o mais célebre defensor da pesquisa com células-tronco embrionárias, esperança -ainda que a muito longo prazo- para pessoas com lesão da medula e que sofre restrições nos EUA de George W. Bush.
As células-tronco são capazes de se diferenciar em vários tipos de tecido no organismo, de sangue a músculos e células nervosas. Os cientistas acreditam que, no futuro, elas ajudarão a recompor partes do corpo danificadas por doenças degenerativas, como o diabetes, e por lesões, como no caso de Reeve, paralisado do pescoço para baixo devido a uma queda de cavalo em 1995.
A potencial terapia, no entanto, esbarra num dilema ético. As células-tronco de maior capacidade -aquelas que podem virar virtualmente qualquer tipo de célula- só são encontradas em embriões humanos com poucos dias de vida. Para serem extraídas, os embriões (que, nessa idade, têm cerca de cem células e recebem o nome de blastocistos) precisam ser destruídos.
Para os religiosos, a destruição de um embrião é o equivalente moral do assassinato. Nos Estados Unidos, a igreja ganhou a queda-de-braço: a política de Bush para essa área só permite que um número determinado de linhagens de células-tronco sejam pesquisadas com financiamento federal. Na prática, isso inviabiliza a maior parte da pesquisa.
Reeve fez críticas a Bush. "Se tivéssemos total apoio e financiamento do governo para uma pesquisa agressiva com células-tronco, acho que seria razoável especular que já estaríamos fazendo testes em humanos", afirmou em, 2002.
Disse também que buscaria tratamento no Reino Unido, país que autoriza a pesquisa com células embrionárias.
Reeve criou em 1999 uma fundação para financiar e estimular o desenvolvimento de terapias para lesão de medula. Ele costumava viajar pelo país apresentando seu caso e exigindo o fim da proibição à pesquisa com células-tronco nos EUA. Foi seguido por personalidades como o ator Michael J. Fox (que sofre do mal de Parkinson) e pela ex-primeira dama Nancy Reagan.


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