Festival Internacional de HQ em BH reúne Ivan Reis e Craig Thompson, autor do premiado "Retalhos"

DIOGO BERCITO
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Termina hoje, em Belo Horizonte, a 6ª edição do FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos), o grande evento das HQs no país -espécie de Comic-Con nacional. Passou por aqui uma liga de superpoderosos dos gibis, como o paulista Ivan Reis e o norte-americano Craig Thompson. Em comum, a dupla trouxe diversos prêmios na bagagem e o nome no hall da fama dos quadrinhos.
Dos dois, Reis é quem tem se destacado mais. É o responsável pelos traços do Lanterna Verde (herói da DC Comics) em seus arcos mais recentes, incluindo "Blackest Night", ainda inédito por aqui.
Foi exatamente por seu trabalho nesses gibis que Reis foi indicado ao Scream Awards de 2009, que premiará os melhores nos gêneros de ficção científica, de terror e de fantasia. O quadrinista já recebeu, também, um Wizard's Fan Awards, importante reconhecimento da indústria das histórias em quadrinhos -a que concorre mais uma vez.
Mas ele não liga para as premiações? "Olha, ganhar prêmio é muito legal, mas não determina a qualidade do seu trabalho. Você é respeitado pelo que está fazendo, e não pelo que fez." Hoje, Reis desenha com contrato de exclusividade para a DC Comics (Batman, Super-Homem) e diz que, a médio prazo, não tem planos de mudar de lado e trabalhar para a rival Marvel Comics (X-Men, Homem-Aranha). E afirma que, sem dúvida, seu negócio é rabiscar super-heróis. "Não tenho vontade de criar meus próprios personagens, não."

Fora do eixo
Já o americano Craig Thompson, que lançou em 2009 o premiado "Retalhos" (Cia. das Letras), diz que sua praia é outra: gibis autorais. "Não tenho interesse em super-heróis. Talvez fosse divertido experimentar gêneros como horror e fantasia..." O artista, que tem no currículo dois Eisner Awards (o Oscar dos quadrinhos), veio ao país pela primeira vez e disse estar animado para conhecer os irmãos quadrinistas Gabriel Bá e Fábio Moon, que publicam tira aos sábados na Ilustrada.
Representando uma cultura mais alternativa, os responsáveis pela Monstro Discos também marcaram presença no evento. Lançaram o número zero da revista "Macaco", reunião de trabalhos autorais de diversos quadrinistas indie. O título deve ser bimestral e tem distribuição prevista para todo o país, em bancas de jornais e lojas especializadas. "É um sonho antigo nosso; fomos leitores de quadrinhos", diz Leonardo Razuk, da recém-fundada Monstro Comics.

O jornalista DIOGO BERCITO viajou a convite da Secretaria Municipal de Turismo de Belo Horizonte

Texto Anterior: Julio & Gina
Próximo Texto: Luiz Felipe Pondé: A carne ética
Índice