DE SÃO PAULO

"Hibridismo" é uma das palavras da moda para definir um trabalho de arte contemporânea que misture diversos estilos, mas, desde o começo dos anos 1970, essa é uma das marcas de Laurie Anderson.
Violinista por formação, tendo praticado em Chicago desde criança, estudou escultura na Universidade Columbia, em Nova York, onde se graduou em 1972.
A interação entre música, artes visuais e tecnologia de ponta será constante na carreira da artista, que se desenvolveu na cena alternativa de Nova York convivendo com artistas como Gordon Matta-Clark, Trisha Brown e Lou Reed, com quem é casada.
"Nós nunca nos perguntamos se o que fazíamos era arte ou se deveríamos criar rótulos para nossos trabalhos. Mas era uma cena muito diferente, ninguém estava preocupado com dinheiro e nós éramos muito perdidos. Já hoje, é muito mais difícil ficar perdido...", ri ela.
No entanto, alcançou repercussão fora do mundo das artes em 1981, com "Oh Superman", que chegou a ficar no segundo posto das músicas mais tocadas na Inglaterra.

CINEMA
A artista, que diz que o palco é seu lugar mais natural, também fez incursões pelo cinema.
Ela dirigiu e estrelou "Home of the Brave" (casa dos corajosos), em 1986, além de ter composto trilhas sonoras para os filmes escritos por Spalding Gray (1941-2004) -"Swimming to Cambodia" (nadando para o Camboja, de 1987) e "Monster in a Box" (monstro em uma caixa, de 1992).
A ideia de cooperação, que Anderson herdou dos movimentos alternativos dos anos 1970, levou a artista a trabalhar com distintas figuras como o escritor William Burroughs, os músicos Peter Gabriel, Brian Eno e Philip Glass, o diretor de teatro Robert Wilson e a coreógrafa Trisha Brown.
No Brasil, Anderson participou da canção "Enquanto Isso", de Marisa Monte, no álbum "Cor de Rosa e Carvão". (FCY)


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