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Atriz deixa as comédias da Globo para sofrer na Band
Graziella Moretto interpreta uma mulher enclausurada e tuberculosa na novela "Paixões Proibidas", que reinaugura a teledramaturgia da rede nesta terça
DA REPORTAGEM LOCAL
Graziella Moretto ria sem parar. Começou rindo em "Domésticas" (2001), filme de estréia de Fernando Meirelles.
Continuou às gargalhadas no
espetáculo teatral "Terça Insana", em "Os Normais" e em outras séries de humor da Globo.
Largou tudo para viver enclausurada e tuberculosa. E
ainda por cima na Band. A atriz,
34, interpreta Ângela na novela
"Paixões Proibidas", que reinaugura a teledramaturgia na
emissora nesta terça, às 22h.
A novela é ambientada no
Rio e em Portugal, em 1805. É
co-produzida pela RTP, rede
pública portuguesa que também veiculará a história. Por isso, o pequeno elenco, de 38 personagens (as novelas da Globo
chegam a ter mais de cem),
conta com nove atores lusos.
Moretto interpreta a mulher
do barão de Barbacena (Celso
Frateschi). Antes do casamento, ela teve um filho e por isso é
castigada pelo marido. "As cenas são muito intensas, com alta carga dramática. Sempre
achei o riso mais subversivo,
acreditava que eu me comunicava melhor por ele. Mas descobri que a catarse do drama é
forte, além de solidária. A gente
se une na desgraça", analisa.
Além do convite para "Paixões Proibidas", a atriz havia sido sondada para outro trabalho
na Globo e convidada a atuar
nas novelas da Record. Foi
atraída à Band "pelo fato de ser
uma emissora que está fincando o pé na dramaturgia e abrindo caminho para uma proposta
diferente, que não quer roubar
a audiência com produtos similares [aos da Globo]".
O que pode parecer defeito
torna-se qualidade sob seu
olhar empolgado: "O estúdio
pode ter alguns problemas, como houve com um gerador que
falhou outro dia, mas todo
mundo sente que a coisa está
fluindo, que as pessoas estão
dispostas a jogar juntas".
Até a pequena quantidade de
personagens -que serve principalmente para reduzir custos- tem uma grande vantagem, na opinião de Moretto:
"Não são 112 personagens, e os
diálogos serão aprofundados,
nos quais uma pessoa realmente responde o que a outra diz, e
não dois monólogos paralelos".
A atriz acha "hipócrita" a polêmica em torno das cenas de
sexo que "Paixões Proibidas"
trará. "É ingenuidade achar que
uma emissora vai entrar na disputa pela audiência com uma
novela às 22h sem se utilizar de
um conteúdo adulto. Já é nobre
que tenha colocado a novela
nesse horário. Se às 19h as pessoas já estão seminuas na TV,
como devem estar às 22h?"
Para ela, as cenas sensuais
são ressaltadas nos jornais "de
maneira pudica, como se estivéssemos vendo uma programação da mais elevada qualidade e elas fossem manchar a história da TV". "Se esse tipo de
cena vai atrair audiência, chocar telespectadores ou fazer
história como os banhos do
"Pantanal", só o tempo dirá."
"Paixões Proibidas" é escrita
por Aimar Labaki e dirigida por
Ignácio Coqueiro. Cada capítulo custa, em média, R$ 160 mil,
valor elevado para os padrões
da Band e inferior aos gastos da
Globo e da Record.
(LM)
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