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FESTIVAL DE CINEMA
Diretores se recusam a participar
Mar del Plata começa com problemas
MAURÍCIO SANTANA DIAS
de Buenos Aires
O 14º Festival Internacional de
Cinema de Mar del Plata começa
hoje com muitos problemas. O
principal, além da alardeada má
organização do evento, é a recusa
das entidades cinematográficas argentinas em participar do festival.
Não só: produtores e diretores
pedem a renúncia de Julio Mahárbiz, diretor do Instituto Nacional
de Cinema e Artes Audiovisuais.
A retaliação da indústria cinematográfica argentina tem dois objetivos básicos: impedir um corte de
US$ 27 milhões no orçamento destinado ao cinema (que o Congresso debaterá neste mês) e pressionar as autoridades para que seja
cumprida a Lei do Cinema (de 94).
Por causa da crise, os novos projetos de Adrián Suar -"Ahorcados"- e Marcelo Piñeyro -"Plata Quemada", baseado no romance homônimo de Ricardo Piglia-
estão suspensos. E não parece haver soluções a curto prazo.
O próprio Piñeyro, membro do
Diretores Argentinos Associados,
é um dos que assinam o protesto.
"Enviamos uma resposta conjunta, idêntica, rechaçando o convite
(...) e recomendando aos associados que façam o mesmo. Mas não
propomos um boicote. Não colocamos obstáculos à realização do
festival", declarou Piñeyro.
Embora produtores e diretores
se recusem a ir pessoalmente ao
festival, seus filmes -28 ao todo- serão exibidos. Quatro deles
estarão concorrendo: "Diário para
um Conto", de Jana Bokova; "A
Cara do Anjo", de Pablo Torre;
"Época Ruim", de Salvador Roselli, Mariano de Rosa, Rodrigo Moreno e Nicolás Saad; e "O Segredo
dos Andes", de Alejandro Azzano.
O presidente da Associação de
Produtores Independentes, PabloRovito, reforça: "O festival sempre
foi um caos. Com menos dinheiro,
vai ser ainda pior. Não queremos
que digam que o destruímos: ele se
destrói por si mesmo".
O festival vai de hoje até o dia 21.
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