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perfil
"Guru" é famoso pelo rigor com os seus alunos
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele cultiva a fama de durão. Refere-se obsessivamente à escrita como "a
arte". Não tolera interrupções durante suas longas
palestras (12 horas por dia,
com intervalos). Convida
"diletantes" e "amadores"
a se retirarem. Expulsa
"escritores de uma idéia
só". Não discute projetos
em andamento. Não vende
"ilusões". Cobra US$ 575
por um curso de três dias.
E é aplaudido de pé.
Robert McKee, 65, é hoje um dos maiores gurus
da indústria do entretenimento dos EUA. A natural
comparação com outro
"mago" hollywoodiano,
Syd Field, autor de diversos best-sellers sobre roteiros, é refutada. McKee
apresenta-se como um
"intelectual", em contraste a Field, mais metódico
na criação de esquemas
para a composição de
scripts "vendáveis".
Há cerca de 20 anos,
McKee era mais um roteirista atarefado de cinema e
TV, com dezenas de textos
vendidos -apesar de só
um filmado-, quando
houve o que se poderia
chamar, em sua terminologia narrativa, de "incidente incitante" (ponto de
virada numa história). No
caso, foi um telefonema.
Do convite para lecionar
em Sherwood Oaks, extinta escola de Los Angeles
em que só estrelas "do
mercado" davam aulas
(Dustin Hoffman ensinava atuação, Sydney Pollack, direção, entre outros) surgiu o embrião dos
seminários "Story", lançados há duas décadas.
Esses minicursos (intensivos de quase 36 horas
de aula em três dias) hoje
reúnem estrelados, como
o diretor Peter Jackson, de
"O Senhor dos Anéis", e
anônimos, que sonham
com uma entrada triunfal
na indústria do entretenimento.
(RE)
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