São Paulo, quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

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Doença da apresentadora é muito rara, dizem médicos

IURI TORRES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A carcinomatose peritoneal primária, tipo de câncer diagnosticado na apresentadora Hebe Camargo, é extremamente rara, afirmam oncologistas ouvidos pela Folha.
Geralmente, os tumores que aparecem na membrana que envolve os órgãos da cavidade abdominal vêm de células cancerosas que se desprenderam de outras partes do corpo, a chamada carcinomatose peritoneal secundária.
Tumores surgidos na própria membrana são mais comuns em mulheres. Segundo o cirurgião oncológico Ademar Lopes, do Hospital A. C. Camargo, o câncer primário no peritônio tem a mesma origem embriológica do câncer de ovário.
O oncologista Sérgio Simon, do hospital Albert Einstein, responsável pelo tratamento da apresentadora, calcula que a carcinomatose peritoneal primária acometa cinco mulheres em cada grupo de 100 mil.
"O tumor primário no peritônio costuma ocorrer em mulheres que tiraram o ovário", diz Daniel Herchenhorn, chefe da oncologia clínica do Inca (Instituto Nacional do Câncer).
O tratamento padrão associa a retirada cirúrgica do maior volume possível de tumores e sessões de quimioterapia.
"A cirurgia é muito extensa e nem sempre é possível fazê-la num primeiro momento", pondera Herchenhorn.
Excesso de líquidos na cavidade abdominal e a extensão dos nódulos podem impedir a cirurgia, que é, então, precedida pela quimioterapia.

Diagnóstico
Não há exames preventivos contra o câncer de peritônio. Helano Freitas, oncologista do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), recomenda visitas regulares ao ginecologista, pois o câncer de ovário é mais fácil de diagnosticar e está relacionado ao de peritônio.
De acordo com Freitas, os sintomas dos tumores incluem desconforto abdominal, dores e excesso de líquido na região.
O diagnóstico é feito com ultrassom e tomografias. Hebe Camargo também passou por uma laparoscopia, cirurgia feita por meio de vídeo para coleta de material para biópsia.
Segundo Herchenhorn, estatísticas mundiais indicam que pacientes submetidos ao tratamento padrão têm entre 20% e 25% de sobrevida longa (pelo menos cinco anos).


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