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"IT'S ALL ABOUT LOVE"
Novo Vinterberg é metáfora do fim do Dogma
DO ENVIADO A BERLIM
Quem gostou de "Festa de
Família" (1998), de Thomas
Vinterberg, talvez o melhor filme realizado dentro do movimento Dogma, certamente irá
detestar "It's All About Love", a
nova produção do diretor dinamarquês.
O filme teve uma exibição especial dentro da mostra competitiva do Festival de Berlim,
na última segunda, e deixou
perplexa a audiência que esperava algo parecido a "Festa de
Família". "Parece que você
abandonou mesmo o Dogma,
não?", perguntou uma jornalista a Vinterberg. "Com o sucesso de "Festa...", tive receio de me
repetir. Foi um sentimento
claustrofóbico. Por isso, fiz
mesmo um antidogma. Por
exemplo, se antes pregávamos
que não podia haver trilha sonora, escolhi o melhor compositor para filmes, o Zbigniew
Presneir", disse. Presneir é,
aliás, o melhor do filme, e foi
compositor de filmes de Kieslowski, como a trilogia "Azul",
"Branco" e "Vermelho".
A megaprodução tem um
enredo confuso, que tenta mesclar mistério e romance. A história se passa no ano 2021, em
Nova York, com pessoas caindo mortas por razão desconhecida. Os habitantes caminham
como se nada ocorresse.
Enquanto isso, John (Joaquin
Phoenix) e Elena (Claire Danes) estão prestes a assinar os
papéis de divórcio, quando ele
descobre que sua mulher passa
por uma situação claustrofóbica -que aqui não pode ser revelada. É possivelmente ainda
uma metáfora do que impediu
o diretor de continuar no Dogma. Que pena.
(FCY)
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