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TELEVISÃO
Apóstolo Estevam Hernandes diz que só sai da emissora se houver ordem judicial
Manchete rompe contrato com Renascer
ANNA LEE
da Sucursal do Rio
IVAN FINOTTI
da Reportagem Local
"A Rede Manchete acaba de
romper o acordo com o grupo Renascer". Assim começa o comunicado interno escrito na noite de
ontem pelo presidente do grupo
Bloch, Pedro Jack Kapeller. O papel foi distribuído aos funcionários da emissora e lido, parcialmente, no "Jornal da Manchete"
pouco antes das 21h.
O motivo, segundo Kapeller, seria "o descumprimento de cláusulas contratuais". O comunicado
determina ainda "o imediato afastamento da RGC Produções das
atitudes operacionais, comerciais
e artísticas que vinha exercendo".
A resposta do apóstolo Estevam
Hernandes, presidente da Fundação Renascer, veio por meio de sua
assessoria: Hernandes afirma que
só sai da Manchete se houver ordem judicial.
O apóstolo soltou ainda um comunicado à imprensa: "Estamos
tomando todas as providências legais", afirmou.
Pelo acordo firmado em 3 de janeiro, a produtora RGC passaria a
assumir a gestão da TV Manchete,
mediante o pagamento mensal de
R$ 4,8 milhões, por 15 anos.
Esse contrato foi considerado
ilegal pelo Ministério das Comunicações, que concluiu ter havido
"arrendamento integral", o que
não é permitido por lei.
Na terça-feira, Kapeller anunciou que enviara notificação à Renascer avisando que, se até ontem
não fosse efetuado o pagamento de
janeiro, romperia o contrato.
Mas na tarde de ontem, durante
uma assembléia de funcionários
em frente à sede da emissora, a superintendente das empresas
Bloch, Jaqueline Kapeller, disse
que o prazo para a Renascer pagar
a primeira parcela do acordo tinha
sido prorrogado para quarta-feira.
Segundo o Sindicato dos Radialistas, Jaqueline ainda disse que,
caso a Renascer não honrasse o pagamento, o grupo Bloch passaria a
negociar com outras empresas que
já teriam mostrado interesse em
assumir a TV Manchete.
Um dos motivos do atrito entre
as direções da Bloch e da Fundação
Renascer foi o valor das parcelas. A
Bloch queria que as parcelas mensais do contrato -que teria sido
firmado em dólar- fossem corrigidas pelo câmbio atual.
Por outro lado, a Renascer afirma que Kapeller não concordou
com a decisão tomada esta semana
pelo Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.
A sentença transmitiu à Renascer a responsabilidade do pagamento dos salários atrasados dos
funcionários. O valor seria descontado da mensalidade paga à emissora.
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