São Paulo, Sábado, 13 de Fevereiro de 1999
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TELEVISÃO
Apóstolo Estevam Hernandes diz que só sai da emissora se houver ordem judicial
Manchete rompe contrato com Renascer

ANNA LEE
da Sucursal do Rio

IVAN FINOTTI
da Reportagem Local

"A Rede Manchete acaba de romper o acordo com o grupo Renascer". Assim começa o comunicado interno escrito na noite de ontem pelo presidente do grupo Bloch, Pedro Jack Kapeller. O papel foi distribuído aos funcionários da emissora e lido, parcialmente, no "Jornal da Manchete" pouco antes das 21h.
O motivo, segundo Kapeller, seria "o descumprimento de cláusulas contratuais". O comunicado determina ainda "o imediato afastamento da RGC Produções das atitudes operacionais, comerciais e artísticas que vinha exercendo".
A resposta do apóstolo Estevam Hernandes, presidente da Fundação Renascer, veio por meio de sua assessoria: Hernandes afirma que só sai da Manchete se houver ordem judicial.
O apóstolo soltou ainda um comunicado à imprensa: "Estamos tomando todas as providências legais", afirmou.
Pelo acordo firmado em 3 de janeiro, a produtora RGC passaria a assumir a gestão da TV Manchete, mediante o pagamento mensal de R$ 4,8 milhões, por 15 anos.
Esse contrato foi considerado ilegal pelo Ministério das Comunicações, que concluiu ter havido "arrendamento integral", o que não é permitido por lei.
Na terça-feira, Kapeller anunciou que enviara notificação à Renascer avisando que, se até ontem não fosse efetuado o pagamento de janeiro, romperia o contrato.
Mas na tarde de ontem, durante uma assembléia de funcionários em frente à sede da emissora, a superintendente das empresas Bloch, Jaqueline Kapeller, disse que o prazo para a Renascer pagar a primeira parcela do acordo tinha sido prorrogado para quarta-feira.
Segundo o Sindicato dos Radialistas, Jaqueline ainda disse que, caso a Renascer não honrasse o pagamento, o grupo Bloch passaria a negociar com outras empresas que já teriam mostrado interesse em assumir a TV Manchete.
Um dos motivos do atrito entre as direções da Bloch e da Fundação Renascer foi o valor das parcelas. A Bloch queria que as parcelas mensais do contrato -que teria sido firmado em dólar- fossem corrigidas pelo câmbio atual.
Por outro lado, a Renascer afirma que Kapeller não concordou com a decisão tomada esta semana pelo Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.
A sentença transmitiu à Renascer a responsabilidade do pagamento dos salários atrasados dos funcionários. O valor seria descontado da mensalidade paga à emissora.


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