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TEATRO
Entrega aconteceu anteontem à noite em São Paulo e prestou homenagem ao movimento Arte contra a Barbárie
Shell premia Leopoldo Pacheco e "Pólvora"
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ator e cenógrafo Leopoldo Pacheco, 41, subiu ao "pódio" duas
vezes na noite de anteontem durante a entrega dos troféus de nove categorias da 14ª edição paulista do Prêmio Shell de Teatro (veja
os premiados no quadro ao lado).
Pacheco conquistou os troféus
de melhor ator por "Pólvora e
Poesia" e de melhor cenógrafo pelo musical "Gota d'Água", que dividiu com Gabriel Villela.
"Pólvora e Poesia", espetáculo
sobre a conflituosa relação dos
poetas franceses Arthur Rimbaud
e Paul Verlaine, garantiu ainda
prêmios de melhor autor a Alcides Nogueira e melhor diretor a
Márcio Aurélio.
A montagem surpreendeu ao
ser consagrada nas suas três indicações. Havia expectativa com relação ao Tapa, com sete indicações em duas montagens, "Major
Barbara" e "Os Filhos de Jânio". O
grupo obteve o troféu de melhor
atriz para Clara Carvalho ("Os
Órfãos de Jânio").
A homenagem ao movimento
Arte contra a Barbárie, que seria
representado pela atriz Luah Guimarães, levou outros representantes de grupos ao palquinho do
restaurante Cantaloup.
Entre eles, o diretor César Vieira, do União e Olho Vivo, que
quebrou o protocolo ao pedir à
platéia para saudar o dramaturgo
Plínio Marcos (1935-99) com
"três porras".
O ator Hugo Possolo, do grupo
Parlapatões, disse que a homenagem ao movimento "é um alento
para tudo que a classe pode vir a
fazer".
O Arte contra a Barbárie nasceu
em abril de 99, por iniciativa de
companhias como Tapa, Oficina,
Latão e Folias, além de outros artistas e pensadores (como Gianni
Ratto) preocupados com a falta
de política cultural para o teatro.
Em dezembro passado, o movimento conseguiu aprovar na Câmara Municipal projeto de fomento endossado pela Prefeitura
de São Paulo.
A versão paulista do Shell corresponde aos espetáculos que
cumpriram temporada entre dezembro de 2000 e novembro de
2001. Os vencedores recebem R$
8.000, além do troféu criado por
Domenico Calabrone (1928-99).
Formavam o júri o dramaturgo
Aimar Labaki, a jornalista Beth
Néspoli, o produtor Celso Curi, a
crítica Maria Lúcia Candeias e a
pesquisadora Silvana Garcia.
A atriz Leona Cavalli ("Um
Bonde Chamado Desejo") apresentou a cerimônia.
Criado em 89, o Shell é um dos
principais prêmios teatrais em
São Paulo, ao lado do da APCA
(Associação Paulista dos Críticos
de Arte). No Rio, a entrega estava
programada para ontem.
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