São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 2002

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TEATRO

Entrega aconteceu anteontem à noite em São Paulo e prestou homenagem ao movimento Arte contra a Barbárie

Shell premia Leopoldo Pacheco e "Pólvora"

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O ator e cenógrafo Leopoldo Pacheco, 41, subiu ao "pódio" duas vezes na noite de anteontem durante a entrega dos troféus de nove categorias da 14ª edição paulista do Prêmio Shell de Teatro (veja os premiados no quadro ao lado).
Pacheco conquistou os troféus de melhor ator por "Pólvora e Poesia" e de melhor cenógrafo pelo musical "Gota d'Água", que dividiu com Gabriel Villela.
"Pólvora e Poesia", espetáculo sobre a conflituosa relação dos poetas franceses Arthur Rimbaud e Paul Verlaine, garantiu ainda prêmios de melhor autor a Alcides Nogueira e melhor diretor a Márcio Aurélio.
A montagem surpreendeu ao ser consagrada nas suas três indicações. Havia expectativa com relação ao Tapa, com sete indicações em duas montagens, "Major Barbara" e "Os Filhos de Jânio". O grupo obteve o troféu de melhor atriz para Clara Carvalho ("Os Órfãos de Jânio").
A homenagem ao movimento Arte contra a Barbárie, que seria representado pela atriz Luah Guimarães, levou outros representantes de grupos ao palquinho do restaurante Cantaloup.
Entre eles, o diretor César Vieira, do União e Olho Vivo, que quebrou o protocolo ao pedir à platéia para saudar o dramaturgo Plínio Marcos (1935-99) com "três porras".
O ator Hugo Possolo, do grupo Parlapatões, disse que a homenagem ao movimento "é um alento para tudo que a classe pode vir a fazer".
O Arte contra a Barbárie nasceu em abril de 99, por iniciativa de companhias como Tapa, Oficina, Latão e Folias, além de outros artistas e pensadores (como Gianni Ratto) preocupados com a falta de política cultural para o teatro.
Em dezembro passado, o movimento conseguiu aprovar na Câmara Municipal projeto de fomento endossado pela Prefeitura de São Paulo.
A versão paulista do Shell corresponde aos espetáculos que cumpriram temporada entre dezembro de 2000 e novembro de 2001. Os vencedores recebem R$ 8.000, além do troféu criado por Domenico Calabrone (1928-99).
Formavam o júri o dramaturgo Aimar Labaki, a jornalista Beth Néspoli, o produtor Celso Curi, a crítica Maria Lúcia Candeias e a pesquisadora Silvana Garcia.
A atriz Leona Cavalli ("Um Bonde Chamado Desejo") apresentou a cerimônia.
Criado em 89, o Shell é um dos principais prêmios teatrais em São Paulo, ao lado do da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte). No Rio, a entrega estava programada para ontem.


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