São Paulo, sexta-feira, 13 de março de 2009 |
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crítica Tema sobrevive ao formato burocrático CRÍTICO DA FOLHA
Documentários convencionais que se resumem quase inteiramente a apresentar "cabeças falantes" -ou seja, depoimento atrás de depoimento- são recebidos hoje com muita reserva, como se houvesse ali alguma preguiça de experimentar a vitalidade narrativa que o gênero amadureceu nas últimas duas décadas.
Há exceções, e "Palavra (En)cantada" é uma delas. O que está em pauta e o elenco de entrevistados alimentam
o interesse do espectador, apesar da cadência burocrática do formato. Não de todo espectador, é bem verdade.
Apenas daquele que aprecia música popular brasileira e o que há nela de poesia. De Chico Buarque, Tom Zé e Martinho da Vila até Lenine, Ferréz e BNegão, passando por Maria Bethânia, Adriana Calcanhotto e Zélia Duncan, compositores e intérpretes que cobrem quase
todos os gostos no espectro da canção popular dão ao filme um aspecto de canja muito particular. Alguns dos depoimentos,
como os de José Miguel Wisnik e Luiz Tatit, contribuem com um lustro didático, mas "Palavra (En)cantada" vive
mesmo é de quem confidencia um pouco de suas relações com a poesia ou até mesmo rechaça a ideia de que suas letras bastam para o
caracterizar como poeta.
PALAVRA (EN)CANTADA Produção: Brasil, 2008 Direção: Helena Solberg Onde: estreia hoje no Cine Bombril, Cinesesc e circuito Classificação: livre Avaliação: bom Texto Anterior: Encontros no Rio abordam o mesmo tema Próximo Texto: Crítica/"O Visitante": Trama foge às amarras do gênero didático Índice |
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