São Paulo, Sábado, 13 de Março de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Trapalhão garante bilheteria

da Reportagem Local

O bom resultado de "Simão, o Fantasma Trapalhão" não chega a ser surpreendente, uma vez que Renato Aragão detém sete das dez maiores bilheterias da história do cinema brasileiro.
Mas, como sublinha Luiz Gleiser, da Globo Filmes, que produziu majoritariamente o novo filme, a produtora "ampliou em quase 10% o mercado do Renato", o que já é alguma coisa -ainda que só em relação ao ano passado.
Mais importante, talvez, é que "O Noviço Rebelde" atingiu 1,5 milhão de espectadores em 98 sem ter concorrentes com o poder de fogo, por exemplo, de "Vida de Inseto". E "Simão, o Fantasma Trapalhão", afinal de contas, já é a maior bilheteria do cinema brasileiro desde a recuperação, em 95.
Está à frente, por exemplo, de "Central do Brasil", que estreou em abril do ano passado, cumpriu longa temporada e voltou ao cartaz, mas ainda não conseguiu passar de 1,4 milhão de espectadores. Também está à frente de "Carlota Joaquina" (1,2 milhão) e de "O Quatrilho" (1,1 milhão)
Os números de Renato Aragão em 98 e 99 seguem muito distantes, por outro lado, de seus melhores desempenhos, entre os 39 filmes que já protagonizou.
Apenas dez anos atrás, "O Casamento dos Trapalhões" alcançava 4,7 milhões de espectadores. Vinte e um anos atrás, "Os Trapalhões nas Minas do Rei Salomão" bateu em 5,78 milhões -a terceira maior bilheteria de um filme brasileiro, na história.
Entre os motivos para números tão superiores, além da descontinuidade da produção de cinema no Brasil no início desta década, menciona-se geralmente o preço da ingresso, que não passaria de US$ 2, há 20 anos.
"Você não pode comparar a década de 70 com o que acontece hoje por causa dessa diferença fundamental que é o ingresso", diz Paulo Sérgio Almeida, diretor da Filme B. "É muito mais caro, mesmo com a desvalorização do dólar. E não é só isso. Nós vivemos uma decadência de salas de cinema desde então. Só agora é que estão surgindo novas salas." (NS)


Texto Anterior: Globo Filmes começa bem, mas desiste de sua distribuidora
Próximo Texto: Joyce Pascowitch
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.