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MÚSICA
Especial acompanha trajetória de Britney
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O "Por Trás da Fama" do Multishow é sempre uma interessante
possibilidade de compreender como certos artistas conseguem
chegar ao patamar de fenômeno
-incluindo as estratégias da carreira, as camaleonices e as reviravoltas. Amanhã, a faixa traz um
programa inédito sobre Britney
Spears, que, diga-se, mudou bastante desde o início até agora.
Mesmo já tendo feito, quando
criança, trabalhos para TV, como
o "Mickey Mouse Club" (89), ela
só despontou para a fama em 99,
como cantora. Vestida como uma
normalista de Nelson Rodrigues,
cantava "Baby One More Time".
O hit do ano dizia desesperadamente: "Minha solidão está me
matando/ Eu tenho que confessar
que ainda acredito/ Se não estou
contigo eu perco a cabeça/ Me dê
um sinal/ Baby, me dê outra chance". O marketing era o da virgindade -Britney tinha 17 anos e dificilmente falava em namorados.
Era uma Sandy em inglês.
Era um interessante contraponto para a onda de boy bands que
tomou o pop de assalto no formato cinco-rapazes-cantores-com-diferenças-étnicas-entre-si:
Backstreet Boys, N'Sync, Boyzone, Five e genéricos.
Mas talvez alguém tenha percebido que Britney era voluptuosa
demais para convencer cantando
a solidão adolescente. Era preciso
transformá-la em algo mais ambicioso. E por que não uma sucessora de Madonna?
Hoje, aos 23 anos, com quatro
discos lançados, pode-se dizer
que ela seguiu à risca os passos
dessa sucessão. As coreografias
em que os bailarinos formavam
um coração deram lugar a clipes
apimentados, sendo que recentemente a onda politicamente correta da MTV americana chegou a
restringir a exibição do caliente
"Toxic" -que passa só na madrugada e olhe lá.
Hoje até beijinhos na boca de
Madonna a cantora já deu. Um
exemplo do muito de marketing,
mesclado a algo de gratidão.
POR TRÁS DA FAMA - BRITNEY
SPEARS. Quando: amanhã, às 21h45, no
Multishow.
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