|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELETRÔNICA
Pela terceira vez no Brasil, DJ canadense toca hoje no Jockey Club do Rio, após exibição dos volumes 1 e 2 de "Kill Bill"
Kid Koala testará samples de novo disco em solo carioca
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem sobreviver à maratona de
assistir, de uma só tacada, aos volumes 1 e 2 de "Kill Bill", na sessão
de hoje do Vivo Open Air, no Rio
de Janeiro, terá a chance de ver
um outro ninja em ação: Kid Koala, o ninja dos toca-discos.
Apresentando-se pela terceira
vez no Brasil -a última, como
atração do sonarsound SP, em
outubro de 2004-, o DJ canadense Eric San, vulgo Kid Koala,
maneja os pick-ups como se fossem instrumentos musicais.
Com seus scratches, a técnica de
"raspar" a agulha nos discos de vinil, Koala consegue simular de
guitarras a trompetes numa apresentação que, embora carregue
algo do hip hop tradicional, passeia também pelo jazz, pelo ska e
por outros gêneros mais orgânicos da história da música.
É que, além da paixão pelos discos, o DJ estudou piano clássico
por oito anos na infância.
"Era uma formação muito
orientada para audições, competições, em que tudo o que eu fazia
tentava seguir certos padrões. Improvisação, composição, isso não
era prioridade", falou à Folha, por
telefone, Koala, 30, que "se converteu" aos toca-discos ainda aos
12 anos quando viu um DJ se
apresentando em uma loja.
"Era um ofício tão novo, em que
você tinha todas as possibilidades
pela frente. Todo mundo que estava envolvido naquela cena queria ver até onde ela poderia ir."
Com dois álbuns lançados pelo
selo inglês Ninja Tune ("Carpal
Tunnel Syndrome", 2000; "Some
of My Best Friends Are DJ's",
2003) e 17 anos pilotando os pick-ups, Koala é um dos que podem
dizer que levou "o ofício" a lugares antes inimagináveis.
Participou da criação da banda
virtual Gorillaz, com Damon Albarn e Dan the Automator; saiu
em turnê com Ben Harper, Radiohead e o ex-Beastie Boys Money
Mark, como o terceiro "instrumento" de um trio composto por
baixo, teclado e pick-ups; fez
apresentações ao vivo com até oito toca-discos em salas de concerto e cabarés e até desenhou e musicou uma revista em quadrinhos
("Nufonia Must Fall", ECW
Press) em 2003.
"O que me move na música é o
sentimento que você consegue
passar com ela. Não importa se
está usando um realejo, um toca-discos ou um saxofone, desde que
expresse aquilo que queira. E os
toca-discos foram o instrumento
com que eu mais consegui me relacionar. As pessoas vão ver as
bandas de rock e saem querendo
tocar bateria ou virar vocalista. Eu
sou muito tímido para cantar.
Quando vi um pick-up pela primeira vez pensei: "Aí está algo que
consigo fazer!". Requer prática
mas também requer uma cabeça
aberta. O pick-up é o camaleão
dos instrumentos."
Sobre o repertório de hoje à noite em território carioca, Koala
afirma que vai testar pela primeira vez alguns samples de seu novo
disco, ainda sem nome e um pouco mais calcado no rock'n'roll.
"Se há algo que se pode esperar de
mim, é que o som vai se espalhar
por todos os campos. Não me interessa usar o toca-discos de uma
só forma." E completa: "Morando
no Canadá, o clima obriga qualquer um a se sentir de maneiras
diferentes. A música que você faz
no inverno não é a mesma que faz
no verão. Se o show for a céu aberto, pode até derreter os discos
completamente, mas o som vai
ser muito mais interessante!".
Vivo Open Air - "Kill Bill - Vol
1.", "Kill Bill - Vol. 2" e Kid Koala
Quando: hoje, a partir das 20h
Onde: Jockey Club do Rio de Janeiro (r.
Jardim Botânico, 1.003, Jardim Botânico,
RJ, tel. 0/xx/21/3204-4147)
Quanto: R$ 26 (R$ 13 com carteira de
estudante)
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Música: Família Jobim processa Universal nos EUA Índice
|