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Brasileiros reinventam personagens e exaltam destreza do inventor francês
DA REPORTAGEM LOCAL
As imagens que ilustram as
laterais desta página são assinadas por oito desenhistas da
Folha, convidados a reinventar
os personagens de Albert Uderzo. Para eles, o apuro técnico
dos traços do francês, casado ao
humor fino de René Goscinny,
explica por que o culto ao personagem se estendeu para além
dos limites de sua aldeia gaulesa natal.
"Uderzo tem um controle da
qualidade de linha e de colorido
que é maravilhoso. Faz um cartum, mas tem uma base muito
sólida de desenho, noções claras de anatomia e perspectiva",
observa o ilustrador Fernando
Carvall, de cuja pena saiu um
"logotipo" do personagem.
"Não ia me aventurar a fazer
um outro Asterix, né?"
O quadrinista Caco Galhardo, que trouxe o mirrado gaulês
e Obelix para o universo de beldades gigantes de seu Chico Bacon ("traçariam vários javalis
juntos"), ressalta o alcance universal das histórias e imagina
uma encarnação tupiniquim da
dupla: "Seriam índios combatendo os "portugas" e tirando
uma onda com eles".
O ilustrador Orlando Pedroso também vê na facilidade de
identificação com as tramas a
chave do sucesso de Asterix.
"Aquela aldeia pode ser nosso
bairro, cidade: inimigos, conflitos e alegrias têm a ver conosco.
Toda a ambientação nos coloca
em contato com aquele mundo", diz ele, que chama as criações de Uderzo de "achados".
Orlando e Carvall apontam,
nos quadrinhos brasileiros, um
"primo" do gaulês marrento.
""A Turma do Pererê" [de Ziraldo] tem um pouco da picardia
do Asterix", diz o segundo.
(LUCAS NEVES)
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