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NY é dos homens em nova série
Estréia do próximo sábado na HBO, "Mad Men" narra rotina de agência onde eles mandam e elas obedecem
Publicitários fumam, bebem, fazem piadas machistas e traem em série que se passa no início dos anos 60, antes do politicamente correto
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Um publicitário descobre um
segredo de seu chefe. Após uma
tentativa de chantagem, o publicitário vai, com o tal chefe, ao
escritório do dono da agência.
Publicitário: "Ele não é quem
afirma ser. Ele é uma fraude,
um mentiroso!".
Dono da agência: "Quem se
importa? Este país foi construído por homens com histórias
muito piores do que qualquer
coisa que você possa me contar.
Preocupe-se em trazer clientes
para a agência".
A cena está em um dos episódios de "Mad Men", série que
estréia no próximo sábado, às
20h, no canal pago HBO.
A assumida falta de escrúpulos não é a única característica
que une os personagens desse
seriado, ambientado em uma
agência de publicidade de Nova
York, no início dos anos 1960
(no final dos anos 1950, o termo
"mad men" passou a ser utilizado para descrever os publicitários nova-iorquinos).
Talvez pela época em que a
trama se desenvolva, "Mad
Men" é livre de qualquer componente politicamente correto.
Seus personagens fumam,
bebem, fazem piadas machistas, fumam, bebem, pulam a
cerca, condenam o homossexualismo, fumam e bebem mais
um pouco -de vez em quando,
entram em reunião com algum
cliente, mas continuam fumando e tomando uísque.
Donas-de-casa
A trama de "Mad Men" tem
em Don Drapper (interpretado
por Jon Hamm), o tal chefe da
agência que possui um segredo,
o fio condutor da narrativa.
Todos na equipe de Drapper
com alguma função criativa são
homens, como Pete Campbell
(Vincent Kartheiser), o publicitário ambicioso que, mais tarde, tenta desmascarar Drapper.
As mulheres são, no máximo,
donas-de-casa (as mulheres
dos publicitários) ou secretárias. Uma delas é a voluptuosa
Joan Holloway (Christina
Hendricks); outra é Peggy Olsen, secretária de Drapper, cujo
papel ganha importância com o
decorrer da série. Peggy é interpretada por Elisabeth Moss.
O início da preocupação com
os malefícios do cigarro e a
campanha presidencial norte-americana (com John Kennedy
como candidato) estão entre as
paisagens que servem como pano de fundo desse ambiente.
Prêmios
"Mad Men" possui teor dramático, mas os diálogos são
costurados por piadas afiadas.
O início dos anos 60 em Nova
York aparece com charme tanto na cenografia quanto no figurino dos personagens.
Nos Estados Unidos, a primeira temporada do programa
foi exibida entre julho e outubro de 2007, em 13 episódios.
Produzida pela pequena rede
AMC, a série garantiu uma segunda temporada, graças às ótimas críticas e aos vários prêmios recebidos -ganhou dois dos principais prêmios do Globo de Ouro deste ano: o de melhor série dramática e o de melhor ator em série dramática
(para Jon Hamm).
O seriado saiu da cabeça de
Matthew Weiner, que foi roteirista de "Família Soprano". Nos
EUA, os executivos de TV procuram algo que ocupe o buraco
deixado por Tony Soprano e
cia. "Mad Men" é a aposta.
MAD MEN
Quando: estréia no próximo sábado,
às 20h
Onde: no canal HBO
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