São Paulo, terça-feira, 13 de abril de 2010 |
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Mônica Bergamo bergamo@folhasp.com.br AVATAR
Cameron na floresta paulistana
"Preciso ir ao banheiro." Depois de passar boa parte do dia dando entrevistas, plantando árvores e se encontrando com militantes do Partido Verde, o diretor James Cameron, de "Avatar", chega aflito à casa do publicitário Nizan Guanaes e de sua mulher, Donata Meirelles, onde foi homenageado com um jantar na noite de domingo. "Eu fiquei a tarde toda andando, não consegui parar!", explica o cineasta, atravessando apressado a multidão de convidados rumo ao toalete. Assim que deixa o lavabo, Cameron é levado para um canto por Roberto Klabin, presidente da SOS Mata Atlântica, que dá a ele um livro de fotos sobre o Pantanal -e pede autógrafo para o filho, Diogo, de 9 anos: "É como Diego, só que é Diogo". O ator Victor Fasano, militante verde, explica ao diretor a sensação de "pertencimento do lugar". "Quando a gente entra numa floresta, a gente é o povo daquele lugar." "Gostei dessa expressão: povo da floresta", responde Cameron. E assim foi a noite inteira: para desespero dos cinco seguranças que o acompanhavam, Cameron foi abordado por praticamente todos os 150 convidados da festa, organizada por Nizan e João Doria Jr., que duas semanas antes o receberam num fórum em Manaus. Ao perceber o tamanho da encrenca, a atriz Sigourney Weaver sai à francesa, alegando uma leve "dor de cabeça". "Ela pensava que era um jantar mais privado", cochicha uma assessora da Fox Film. "Nós explicamos tudo para o James Cameron. Só de ele falar contra a construção da usina de Belo Monte [no Pará] na mídia internacional já é bom, aumenta a pressão sobre o [presidente] Lula. Porque aqui no Brasil, com 80% de popularidade, ele pode fazer tudo, nada o atinge. Só se ele [Lula] for flagrado matando a mãe", diz Sergio Leitão, do Greenpeace. Na mesma festa, o ex-governador Eduardo Braga (PMDB-AM), do Amazonas, favorável à construção da usina, tentou convencer Cameron a ficar longe da briga dos ambientalistas. "Eu disse a ele que, primeiro, Belo Monte não é no Amazonas, é no Pará; segundo, é muito melhor a gente ter energia hidráulica do que a diesel, a gás ou nuclear." Um outro convidado argumenta: "A Amazon Watch [ONG que ciceroneou o diretor no Brasil] é ligada a uns iranianos [Atossa Soltani, diretora executiva da entidade, nasceu no Irã e vive há 30 anos em Los Angeles] que não têm responsabilidade [administrativa] com o Brasil, podem falar o que quiser. E, afinal, para ele [Cameron], defender a Amazônia é um bom marketing". Pois o diretor não só está dando entrevistas contra a construção de Belo Monte como enviou uma carta a Lula pedindo para ser recebido e elencando, segundo disse à coluna, "razões racionais e razões emocionais" para que o presidente "reconsidere a questão". Até ontem, Lula não tinha respondido ao diretor. Barriga de chope
As principais
cervejarias do Brasil
serão obrigadas a
divulgar, nos rótulos de
suas cervejas, quantas
calorias tem a bebida. A
Promotoria do
Consumidor de SP
processou AmBev,
Kaiser, Schincariol,
Cerpa, Cintra e a cerveja
Colônia para que
apresentem a
informação. Caso
descumpram a medida,
estão sujeitas a multa
diária de R$ 30 mil.
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