São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 2011

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Presidente da TV Cultura diz que ajustes continuam

João Sayad evita detalhar planos administrativos, mas assegura que não haverá mais demissões em massa

Ele também não falou da terceirização da programação, mas enfatizou que quer mais independentes

DE SÃO PAULO

A apresentação da nova grade de programação da TV Cultura, ontem, foi uma reação prática, mas também institucional, a uma crise que se estendia há um ano.
As indefinições de rumo e os cortes que têm deixado inquietos os funcionários tiveram início em maio do ano passado, quando João Sayad, então secretário da Cultura do Estado de São Paulo, foi eleito o novo presidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, para um mandato de três anos.
Em agosto, dois meses depois de ter se sentado na cadeira até então ocupada pelo jornalista Paulo Markun, Sayad anunciou que pretendia extinguir 450 vagas e também pôr fim aos serviços terceirizados, como as gravações feitas para a TV Assembleia e a TV Justiça.
Em fevereiro deste ano, 150 novas demissões chamaram a atenção para um possível desmonte da emissora que recebe recursos do governo do Estado.
"Ainda estamos definindo novos procedimentos orçamentários e administrativos", desconversou Sayad, quando questionado sobre a situação financeira da emissora. "Mas não estamos prevendo mais nenhuma demissão em massa, apenas pequenos ajustes."

TERCEIRIZADOS
Ao lado das questões dos cortes, o outro assunto que Sayad tratou de maneira evasiva foi a possível terceirização de parte significativa da programação.
"Essa é uma discussão complexa", delimitou ele. "Mas não houve um aumento de produção terceirizada em relação aos programas próprios."
O que Sayad fez questão de dizer é que pretende, cada vez mais, abrir a tela da Cultura para a produção independente.
Já é esse o caso de alguns novos programas, como a séries "Amores Expressos", produzida pela Academia da Filmes, e "Amores Latinos", apresentado por Eric Nepomunceno e feito em parceria com o Canal Brasil.

GUERRA DE TITÃS
Apesar do ar profissional da nova grade, o investimento nos novos programas, de acordo com Sayad, foi de R$ 5 milhões -valor equivalente ao orçamento de um longa-metragem nacional feito com condições mínimas de produção.
O orçamento da emissora para 2011 é de R$ 190 milhões -sendo que, desse total, R$ 85 milhões em do governo do Estado e o restante é obtido com publicidade.
Consciente de que entrar na guerra pela audiência é entrar numa guerra de titãs, Sayad preferiu não falar em metas. Não houve meio de tirar dele qualquer índice de audiência ou porcentagem de crescimento.
Diante da insistência dos jornalistas, o diretor de conteúdo da emissora, Fernando Vieira de Mello, acabou por fazer uma piada: "O segundo lugar está bom".
(ANA PAULA SOUSA)


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