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CRÍTICA
"Sex and the City" é clássico dos anos 2000
NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA
A série "Sex and the City" já é
um clássico da televisão. Por
isso, assisti-lo em DVD é uma coisa que faz todo o sentido. E já dá
até para imaginar as gerações futuras se perguntando: "Mas elas
eram assim?". Sim, éramos, ou
melhor, somos. "Sex" é um retrato fiel, bem-humorado, sarcástico
e inteligente da vida na cidade das
mulheres de 30 e poucos anos.
Aquelas que conquistaram à custo uma independência quase total, mas agora não sabem muito bem o que fazer com ela (mas perder a independência está fora de
questão, que fique claro).
O importante é driblar a solidão
tendo amigas fiéis que te encontram de madrugada "no café de
sempre" quando alguma coisa
importante acontece e ter com
quem falar sobre suas aventuras.
E isso elas têm. Carrie, a narradora, ainda retrata os dramas das
meninas em sua coluna de jornal.
Os dramas podem até parecer fúteis para quem não é uma mulher
de 30 e poucos anos. Mas não são.
Será que vale a pena investir naquele cara de 22 anos que acha
que a gente é o máximo, mas no
fundo morre de medo da gente
porque a gente já tem tudo? Por
que será que quando a gente vai
na casa daquela amiga que casou,
tem filhos, mora em uma casa
com bichos e é a maior careta do
mundo, a gente fica com uma
pontinha de inveja? Será que as
caretas são mais felizes?
Quando não se tem resposta, o
melhor é entrar em uma loja e
comprar uma sandália com o seu
cartão de crédito já estourado. Ou
almoçar com as amigas naquele
restaurante "onde todo mundo
vai". E que tem uma hostess que,
segundo Carrie, é a pessoa mais
importante de Nova York, pois
tem o poder de escolher quem
senta em mesa boa ou não.
Pode parecer bobagem, pode
parecer ridículo, mas é assim
mesmo. Assista a um episódio
atrás do outro (programa perfeito
para os dias de frio, melhor que isso só ter um encontro com um cara que não seja gay, nem casado,
nem novo demais, nem careta
-como pensaria Carrie) e guarde esse DVD. Um dia seus filhos
ainda vão rir de você perguntando: "Mas jura que vocês faziam isso?", "Jura que vocês se vestiam
assim?". Ah, porque ainda tem essa. As meninas de "Sex" são referência estética dos anos 2000. O figurino -assinado pela antes underground Patricia Fields- é admirado por Deus, o mundo e
quem é hype neste planeta.
Sex and the City
DVD: R$ 44, em média (Paramount
Home Video)
Na TV: hoje (21h15); sexta (1h); sáb.
(21h30); e seg. (22h45), no canal
Multishow
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