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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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CRÍTICA

"Sex and the City" é clássico dos anos 2000

NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA

A série "Sex and the City" já é um clássico da televisão. Por isso, assisti-lo em DVD é uma coisa que faz todo o sentido. E já dá até para imaginar as gerações futuras se perguntando: "Mas elas eram assim?". Sim, éramos, ou melhor, somos. "Sex" é um retrato fiel, bem-humorado, sarcástico e inteligente da vida na cidade das mulheres de 30 e poucos anos. Aquelas que conquistaram à custo uma independência quase total, mas agora não sabem muito bem o que fazer com ela (mas perder a independência está fora de questão, que fique claro).
O importante é driblar a solidão tendo amigas fiéis que te encontram de madrugada "no café de sempre" quando alguma coisa importante acontece e ter com quem falar sobre suas aventuras. E isso elas têm. Carrie, a narradora, ainda retrata os dramas das meninas em sua coluna de jornal. Os dramas podem até parecer fúteis para quem não é uma mulher de 30 e poucos anos. Mas não são.
Será que vale a pena investir naquele cara de 22 anos que acha que a gente é o máximo, mas no fundo morre de medo da gente porque a gente já tem tudo? Por que será que quando a gente vai na casa daquela amiga que casou, tem filhos, mora em uma casa com bichos e é a maior careta do mundo, a gente fica com uma pontinha de inveja? Será que as caretas são mais felizes?
Quando não se tem resposta, o melhor é entrar em uma loja e comprar uma sandália com o seu cartão de crédito já estourado. Ou almoçar com as amigas naquele restaurante "onde todo mundo vai". E que tem uma hostess que, segundo Carrie, é a pessoa mais importante de Nova York, pois tem o poder de escolher quem senta em mesa boa ou não.
Pode parecer bobagem, pode parecer ridículo, mas é assim mesmo. Assista a um episódio atrás do outro (programa perfeito para os dias de frio, melhor que isso só ter um encontro com um cara que não seja gay, nem casado, nem novo demais, nem careta -como pensaria Carrie) e guarde esse DVD. Um dia seus filhos ainda vão rir de você perguntando: "Mas jura que vocês faziam isso?", "Jura que vocês se vestiam assim?". Ah, porque ainda tem essa. As meninas de "Sex" são referência estética dos anos 2000. O figurino -assinado pela antes underground Patricia Fields- é admirado por Deus, o mundo e quem é hype neste planeta.


Sex and the City     
DVD: R$ 44, em média (Paramount Home Video)
Na TV: hoje (21h15); sexta (1h); sáb. (21h30); e seg. (22h45), no canal Multishow



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