São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2004 |
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"Igreja Católica se degrada a si mesma", afirma
DO ENVIADO A CANNES
AUTOBIOGRÁFICO - "Meus
filmes são pessoais, mas
nem sempre de forma direta. A princípio vivi os dois
períodos mostrados em
"Educación", ou seja, estudei
numa escola católica nos
anos 60 e participei do começo da "movida" nos anos
80, mas o filme não tem histórias pessoais. Pessoal é a
maneira como é feito." ANTIIGREJA - "Não acho
que o filme seja anticlerical.
Nem precisa. A Igreja Católica se degrada a si mesma a
cada vez que se manifesta
nos jornais. Na Espanha, seu
pior inimigo é ela mesma. O
filme mostra mais minha
fascinação pela liturgia católica. Desde criança, não acreditava em Deus, mas acreditava nas cerimônias. Por isso
a uso de maneira mais decorativa, não a igreja em si,
mas as imagens de virgens e
santos. Aliás, a maneira como a Espanha vive a igreja
hoje é idólatra, e gosto disso.
É um país católico que vive
uma relação profana." NOIR - "Sou um grande admirador do gênero. Já abordei o tema em dois filmes,
mas este é o que faço com resultado mais complexo e
profundo. O filme noir consegue o milagre de traduzir
em espetáculo os piores aspectos da natureza humana.
E eu gosto do pior." PRÓXIMO PROJETO -
"Quanto mais demoro para
adaptar um texto, mais diferente ele fica. Mudam as cidades, os personagens. É o
caso de "Tarântula", que começou como a história de
uma senhora de 80 anos e
agora fala sobre uma garota
de 23 que quer ir para uma
cidade grande e ser famosa." |
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