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"Releituras" nacionais chegam às lojas
DA REPORTAGEM LOCAL
O sucesso de "O Código Da
Vinci" no Brasil tem uma faceta
insólita e bem-humorada: os "caroneiros" com tintas locais. É o
caso de dois livros que chegam às
lojas: o mineiro "O Código Aleijadinho" e o paulistano "O Código
da Vinte e Cinco de Março".
No primeiro, o escritor Leandro
Müller parte da investigação da
morte de um diretor do Iphan
(Instituto do Patrimônio Histórico Nacional) para falar de uma
conspiração, que remete à Inconfidência Mineira, a segredos desvendados nas obras de Antônio
Francisco Lisboa, o Aleijadinho,
mestre do barroco mineiro, escultor dos profetas de pedra da igreja
São Francisco de Assis, em Congonhas do Campo, Minas Gerais.
"Não usei "O Código Da Vinci"
como molde, e sim como fonte de
inspiração. As semelhanças se limitam ao fato de ambos os livros
serem thrillers que misturam arte
e fatos reais e envolverem um código deixado por um grande artista", afirma Müller, que chegou
a criar um trailer na internet para
divulgar sua mescla de "suspense,
arte, erudição e história", que pode ser visto no site www.youtube.com.
Pirataria
No segundo livro, "O Código da
Vinte e Cinco de Março", que tem
o espirituoso subtítulo "O Guia
do Sacoleiro das Galáxias", a dupla de escritores Irmãos Bacalhau
não economiza no deboche: o texto mistura piadas "religiosas"
-sugere a existência de uma seita chamada Santo Daime Paciência e recomenda, para ter preces
atendidas mais rapidamente, o
uso da "Umbanda Larga"- com
descrições do comércio popular
da rua 25 de Março, no centro de
SP e de seus produtos piratas.
Como o relógio Enrolex, para
quem não se importa de chegar
atrasado, e o DVD do filme "O Segredo de Brokeback Monta", em
que um caubói português, diante
de uma placa de um chaveiro que
diz "trocam-se segredos", dispara: "Eu sou gay, e você?".
"O que deu o gancho do livro foi
o título. Mas não tem nada a ver
com "O Código Da Vinci". É besteirol", assume Paulo Tadeu, um
dos irmãos Bacalhau.
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