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Crítica
Bogart vive criminoso em busca do impossível
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Humphrey Bogart ganhou seu primeiro papel principal no filme "O Último Refúgio" (TCM, 23h35; 12 anos) porque Paul Muni e George Raft não toparam ser Roy "Mad Dog" Earle.
Feliz acaso, que beneficiou Boggie, o cinema em geral, o filme policial em particular e, mais ainda, o longa-metragem de Raoul Walsh. Porque esse é, no limite, um filme de amor, e Bogart conhece as minúcias do amor como ninguém.
Durante todo o tempo, ele tem a seu lado uma renegada como Ida Lupino, fascinante como sempre.
Mas é pela garota de uma família empobrecida pela Depressão dos anos 1930 que "Mad Dog" acredita se apaixonar. Ou de fato a ama? Pois a família da menina o faz lembrar da sua, talvez. O fato é que Roy Earle não nasceu já criminoso e mau.
Ao mesmo tempo, lá está a outra mulher, sempre ao seu lado: uma igual. Uma mulher possível. Sim, mas o que certos criminosos buscam é mesmo o impossível. Esta, em resumo, é a saga de Roy Earle.
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