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TEATRO
Casa da Comédia mostra no Festival Internacional de Londrina o solo "A História do Tigre", do dramaturgo italiano
Grupo português encena Dario Fo com máscaras
VALMIR SANTOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRINA
Na China, diz-se que uma pessoa ou um país "tem o tigre"
quando não foge à luta diante das
adversidades. O dramaturgo e comediante italiano Dario Fo, Prêmio Nobel de Literatura em 1997,
tomou essa perspectiva popular
da cultura chinesa para escrever o
monólogo "A História do Tigre".
A peça foi montada em 1991 pelo
grupo português Casa da Comédia, que estréia amanhã no Festival Internacional de Londrina, o
Filo 2005. A programação vai até
domingo.
Durante a Grande Marcha
(1934-1935) de milhares de homens rumo ao norte da China,
sob a liderança de Mao Tsé-tung,
um soldado é ferido e se refugia
numa gruta no Himalaia. Lá, encontra uma tigresa e seu filhote.
Consegue sobreviver graças à ajuda dos animais. O espetáculo é encenado e interpretado por Filipe
Crawford, ator que faz residência
no teatro Casa da Comédia, em
Lisboa. Especializado na arte da
máscara, ele assume o arquétipo
do contador de histórias. Recorre
a técnicas da máscara balinesa e
da commedia dell'arte, estendidas
aos gestos e movimentos.
A Casa da Comedia é um espaço
dedicado ao gênero. Em agosto,
abriga o seu 4ª Festival de Máscaras e Comediantes, intercâmbio
com artistas estrangeiros. "A História do Tigre" cumpre sessões
em Londrina amanhã e quarta, às
19h, no teatro Zaqueu de Melo
(av. Rio de Janeiro, 413, centro).
Nordeste
Sem representantes na edição
do ano passado, desta vez Estados
nordestinos contam com três nomes no festival. O cantador e dançarino pernambucano Pedro Salustiano, filho de Mestre Salu, passou por Londrina nos primeiros
dias do Filo.
Ontem, foi a vez de dois grupos:
o Cabauêba, de Fortaleza, e a Cia.
A4, de Salvador. Ambos surgiram
no início da década e destoam do
besteirol dominante em suas cidades. Montaram dramas com
base em pesquisas que se pretendem mais elaboradas, fruto de
processos coletivos.
O Cabauêba trouxe "Linha Férrea", uma livre adaptação de contos da escritora cearense Tércia
Montenegro. Segundo o diretor
Lucas Sancho, cada uma das cenas corresponde a uma estação.
São histórias marcadas por vingança e crueldade. Como a do cego que procura o assassino do filho; a da menina anoréxica e depressiva; e a do sujeito que planeja
a morte do pai adotivo.
O Cabauêba tem sua origem
num colégio particular onde seus
integrantes eram incentivados. O
grupo integra o movimento Conexão Nordeste de Teatro (Conte), iniciativa de artistas por circulação e políticas públicas. A primeira etapa vai acontecer em julho, envolvendo Bahia, Ceará e
Sergipe.
O quarteto feminino da Cia. A4
apresentou "InSônia", adaptação
e direção de Hebe Alves para o
monólogo "Valsa Nº 6", de Nelson Rodrigues. Sônia, uma garota
de 15 anos, surge em seus últimos
instantes de consciência, transitando os planos da alucinação,
memória, realidade. A personagem ganha quatro faces distintas
na montagem baiana, que já foi
apresentada na Romênia e passou
por São Paulo (projeto "Balaio
Brasil", do Sesc).
O jornalista Valmir Santos viajou a convite da organização do Filo 2005
Festival Internacional de Londrina - Filo 2005.
Quando: De 3/6 a 19/6 (r. Maranhão,
240, centro, das 10h às 20h).
Quanto: Grátis, R$ 10 e R$ 20 (shows no
Cabaré do Filo).
Onde Comprar: shopping Royal Plaza 2º
piso. Mais informações pelo tel. 0/xx/43/
3324-9202 ou no site www.filo.art.br.
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