São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 2005

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ARTE

Centro Cultural Banco do Brasil promove exposição naïf

Mostra reúne obras de autodidatas haitianos e brasileiros em Brasília

ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No mês em que a presença brasileira no Haiti completa um ano, o governo brasileiro decidiu retratar os vínculos bilaterais -e a presença dos capacetes azuis da força de paz das Nações Unidas- pelo ponto de vista dos pintores naïfs.
O resultado da reunião de telas de artistas brasileiros e haitianos do gênero é a exposição "Encontros e Reencontros na Arte Naïf: Brasil-Haiti", que abre amanhã (terça, 14) no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília e segue, ainda neste ano, para São Paulo e Rio e Janeiro.
Na ingenuidade e primitivismo que marcam o gênero naïf, a passagem brasileira pelo Haiti aparece em sua face mais doce: a seleção brasileira, com Ronaldo à frente, em um jogo amigável na capital Porto Príncipe e a comemorada passagem do ministro Gilberto Gil (Cultura) pelo país. Em uma das telas, Gil aparece ao lado dos capacetes azuis recebendo flores de crianças haitianas.
As duas imagens são expressão de uma arte reconhecida por retratar o cotidiano da população de todas as classes -mas em especial as camadas mais baixas.
A exposição traz 106 obras, 60 do Haiti e 46 do Brasil. Grande parte delas são de acervos particulares ou de museus especializados neste tipo de pintura, como o Mian (Museu Internacional de Arte Naïf do Rio de Janeiro).
Além das telas, serão expostos estandartes bordados e esculturas em madeira ou ferro batido.
Os pintores naïfs geralmente são autodidatas, sem passagem por escolas de belas artes, que não seguem tendências ou regras. Entre os expoentes do gênero -pouco valorizado no Brasil, mas com grande reconhecimento no exterior- estão pintores de paredes e faxineiros (mas também há médicos, jornalistas etc.).
"São pessoas que têm a pintura no sangue, mesmo que a descubram tarde", diz Jacqueline Finkelstein, curadora da mostra e diretora do Mian.
Entre os artistas expostos na mostra está o brasileiro Pedro Paulo Leal, empregado doméstico que retratava viagens de navio e naufrágios com os quais sonhava.


Encontros e Reencontros na Arte Naïf: Brasil-Haiti
Quando:
de amanhã a 3 de julho. De terç. a dom., das 10h às 21h

Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (SCES, trecho 2, conjunto 22)

Quanto: entrada franca


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