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ARTE
Centro Cultural Banco do Brasil promove exposição naïf
Mostra reúne obras de autodidatas haitianos e brasileiros em Brasília
ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No mês em que a presença brasileira no Haiti completa um ano,
o governo brasileiro decidiu retratar os vínculos bilaterais -e a
presença dos capacetes azuis da
força de paz das Nações Unidas-
pelo ponto de vista dos pintores
naïfs.
O resultado da reunião de telas
de artistas brasileiros e haitianos
do gênero é a exposição "Encontros e Reencontros na Arte Naïf:
Brasil-Haiti", que abre amanhã
(terça, 14) no Centro Cultural
Banco do Brasil de Brasília e segue, ainda neste ano, para São
Paulo e Rio e Janeiro.
Na ingenuidade e primitivismo
que marcam o gênero naïf, a passagem brasileira pelo Haiti aparece em sua face mais doce: a seleção brasileira, com Ronaldo à
frente, em um jogo amigável na
capital Porto Príncipe e a comemorada passagem do ministro
Gilberto Gil (Cultura) pelo país.
Em uma das telas, Gil aparece ao
lado dos capacetes azuis recebendo flores de crianças haitianas.
As duas imagens são expressão
de uma arte reconhecida por retratar o cotidiano da população
de todas as classes -mas em especial as camadas mais baixas.
A exposição traz 106 obras, 60
do Haiti e 46 do Brasil. Grande
parte delas são de acervos particulares ou de museus especializados
neste tipo de pintura, como o
Mian (Museu Internacional de
Arte Naïf do Rio de Janeiro).
Além das telas, serão expostos
estandartes bordados e esculturas
em madeira ou ferro batido.
Os pintores naïfs geralmente
são autodidatas, sem passagem
por escolas de belas artes, que não
seguem tendências ou regras. Entre os expoentes do gênero
-pouco valorizado no Brasil,
mas com grande reconhecimento
no exterior- estão pintores de
paredes e faxineiros (mas também há médicos, jornalistas etc.).
"São pessoas que têm a pintura
no sangue, mesmo que a descubram tarde", diz Jacqueline Finkelstein, curadora da mostra e diretora do Mian.
Entre os artistas expostos na
mostra está o brasileiro Pedro
Paulo Leal, empregado doméstico
que retratava viagens de navio e
naufrágios com os quais sonhava.
Encontros e Reencontros na Arte Naïf: Brasil-Haiti
Quando: de amanhã a 3 de julho. De
terç. a dom., das 10h às 21h
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil
(SCES, trecho 2, conjunto 22)
Quanto: entrada franca
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