SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

A empresária brasileira Cosette Alves aceitou dirigir a fundação cultural mantida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington. O convite para comandar a Fundação Interamericana de Cultura e Desenvolvimento foi feito no final de 2006 pelo presidente do banco, o colombiano Luis Alberto Moreno.
Desde janeiro, Cosette trabalha na contratação de um CEO, já realizada, e na formação de um corpo diretor, que se reúne pela primeira vez amanhã. São 12 pessoas de renome no mundo do empresariado e da filantropia dos EUA e da América Latina, nomes como o do cientista americano William Haseltine e da venezuelana Adriana Cisneros, da fundação que leva seu sobrenome.
Os primeiros projetos devem ser apresentados nesse mês para aprovação. "A idéia é casar a atuação da fundação com os princípios do banco e focar assim no desenvolvimento pela cultura", disse Cosette à Folha. Isso deve ser alcançado a partir de três focos: recuperação e preservação de acervos deteriorados, a começar por museus; capacitação de profissionais para execução de projetos; e valorização do artesanato.
Para tanto, a fundação conta com uma verba anual do BID de US$ 1 milhão e espera conseguir a participação de leis de renúncia fiscal dos países da região que receberem os projetos e o patrocínio de empresas ou pessoas físicas interessadas nos projetos. "Vejo, por exemplo, a arte indígena voltando a crescer e a chamar a atenção da América Latina."
Cosette chega à fundação no mesmo momento em que o BID passa por mudanças que vêm sendo implantadas por Moreno desde que assumiu a presidência do banco, em 2005. "Não tenho mandato para falar em nome do BID, mas acredito que o presidente Moreno e o conselho dos diretores trabalham em harmonia para adequar o banco ao novo cenário e aos desafios do momento atual."


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