São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 2011

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Fotógrafo inicia aventura africana

Em seu novo trabalho, Christian Cravo foge da temática humana e se dedica ao registro de animais selvagens

Nos planos do artista estão uma mostra no Museu Afro e um livro, com lançamento previsto para 2015

ANDRÉ LOBATO
DE SÃO PAULO

Circula por São Paulo, num carro com placa de Salvador, um homem com a ideia de "fazer a foto de um leão caçando só à noite".
Essa imagem ocupa atualmente o pensamento de Christian Cravo, 36, neto do renomado fotógrafo Mário Cravo Neto, de quem herdou o talento e a profissão.
Sua mudança da Bahia para a região central de São Paulo, em maio deste ano, é acompanhada por uma guinada estética, que escapa do que a metrópole e as publicações anteriores de Cravo oferecem: o humano.
Uma tragédia coletiva e outra pessoal o desiludiram "da complexidade humana".
Em 2009, Cravo encontrou no Haiti, país que fotografava há cinco anos, 250 mil cadáveres de vítimas do terremoto que devastou a região. No mesmo período, enterrou seu pai, então com 62 anos.
"Não haverá uma única imagem de gente no meu próximo trabalho", afirma sobre sua próxima exposição, prevista para 2012 ou 2013. Os nomes provisórios da mostra são "Natureza Dual" e "Luz e Trevas".
Ao expor fotos da África do Sul, Namíbia, Tanzânia, Quênia e Botsuana no Museu Afro Brasil, no parque Ibirapuera, Cravo voltará ao tema de sua primeira exibição, aos 13 anos, quando mostrou fotos de animais do zoológico de Copenhague, cidade onde viveu dos 10 aos 17 anos.
Seus novos retratados são leões, zebras, elefantes e geometrias encontradas no relevo africano. "Há muita imagem científica de animal selvagem, mas quero fazer fotos artísticas", explica ele, que usa lentes consideradas pequenas para esse tipo de trabalho. "Não cairei na armadilha das lentes gigantes. Não passarei dos 300 mm", diz.
O projeto de fotos na África inclui viagens até 2014 ou 2015, quando será lançado o livro com as imagens em sua galeria de Nova York, que patrocina o projeto.
Será a primeira vez que o artista trabalhará com câmara digital. Embora reconheça que a rotina de produção é alterada pela visualização imediata do LCD, Cravo diz não haver diferença. "Sei o que quero de uma foto."


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