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Fotógrafo inicia aventura africana
Em seu novo trabalho, Christian Cravo foge da temática humana e se dedica ao registro de animais selvagens
Nos planos do artista estão uma mostra no Museu Afro e um livro, com lançamento previsto para 2015
ANDRÉ LOBATO
DE SÃO PAULO
Circula por São Paulo,
num carro com placa de Salvador, um homem com a
ideia de "fazer a foto de um
leão caçando só à noite".
Essa imagem ocupa atualmente o pensamento de
Christian Cravo, 36, neto do
renomado fotógrafo Mário
Cravo Neto, de quem herdou
o talento e a profissão.
Sua mudança da Bahia para a região central de São
Paulo, em maio deste ano, é
acompanhada por uma guinada estética, que escapa do
que a metrópole e as publicações anteriores de Cravo oferecem: o humano.
Uma tragédia coletiva e
outra pessoal o desiludiram
"da complexidade humana".
Em 2009, Cravo encontrou
no Haiti, país que fotografava há cinco anos, 250 mil cadáveres de vítimas do terremoto que devastou a região.
No mesmo período, enterrou
seu pai, então com 62 anos.
"Não haverá uma única
imagem de gente no meu
próximo trabalho", afirma
sobre sua próxima exposição, prevista para 2012 ou
2013. Os nomes provisórios
da mostra são "Natureza
Dual" e "Luz e Trevas".
Ao expor fotos da África do
Sul, Namíbia, Tanzânia,
Quênia e Botsuana no Museu
Afro Brasil, no parque Ibirapuera, Cravo voltará ao tema
de sua primeira exibição, aos
13 anos, quando mostrou fotos de animais do zoológico
de Copenhague, cidade onde
viveu dos 10 aos 17 anos.
Seus novos retratados são
leões, zebras, elefantes e geometrias encontradas no relevo africano. "Há muita imagem científica de animal selvagem, mas quero fazer fotos
artísticas", explica ele, que
usa lentes consideradas pequenas para esse tipo de trabalho. "Não cairei na armadilha das lentes gigantes. Não
passarei dos 300 mm", diz.
O projeto de fotos na África
inclui viagens até 2014 ou
2015, quando será lançado o
livro com as imagens em sua
galeria de Nova York, que patrocina o projeto.
Será a primeira vez que o
artista trabalhará com câmara digital. Embora reconheça
que a rotina de produção é alterada pela visualização imediata do LCD, Cravo diz não
haver diferença. "Sei o que
quero de uma foto."
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