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DISCO
Banda lança o segundo trabalho, que traz menos humor e arranjos mais trabalhados
Virgulóides buscam público eclético
BRUNO GARCEZ
da Reportagem Local
Antes do primeiro disco, o grupo Virgulóides tocava em bares da
zona sul paulistana e chegou a fazer apresentações até mesmo em
um lava-rápido da região.
De lá para cá, muita coisa mudou. O primeiro álbum, "Virgulóides?", lançado no ano passado
pelo selo independente Excelente,
vendeu 180 mil cópias. O novo disco da banda está saindo por uma
grande gravadora, a Polygram.
Enquanto no primeiro álbum, o
grupo, na canção "Bagulho no
Bumba", contava em tom de piada a história de um delegado que
perguntava pelo dono de um "baseado", no novo disco, "Só Pra
Quem Tem Dinheiro?", a ação
policial surge em um contexto
pouco propício ao humor.
"Uma pá de porrada/Muito
chute na cara/Quando eu cuspi
um dente/Entendi a pergunta do
tenente", diz a letra da canção
"Cê Tá com Medo", sobre uma
violenta batida policial.
"Se tiver de fazer música engraçada todo ano, eu prefiro virar o
Bozo", diz Beto Demoreaux, baixista, sobre as cobranças para que
a banda fizesse uma nova "Bagulho no Bumba".
O humor ainda se faz presente
no novo disco, mas não é a principal tônica do álbum. As letras do
novo álbum falam de violência,
drogas e desemprego.
Os Virgulóides continuam a praticar o estilo que lançaram no primeiro disco, misturando samba,
punk rock e hard core.
"Somos ecléticos, nosso som é
influenciado por Bezerra da Silva
-que participa de uma das faixas
do novo álbum-, Rage Against
the Machine e Clash", diz Henrique Lima, vocalista e guitarrista.
Segundo Beto Demoreaux, em
"Só Pra Quem Tem Dinheiro?", a
banda se mantém fiel ao seu estilo,
mas está mais afiada.
"O som ainda soa meio "bagaceiro', mas os arranjos estão mais
bem trabalhados", diz o baixista.
Para divulgar o novo trabalho, a
banda pretende se exibir para o
público roqueiro e subir em palcos, até aqui, restritos a sambistas.
"Em 97, o tocamos em uma
apresentação de samba na Ilha do
Governador (zona norte do Rio de
Janeiro). É um público ainda mais
exigente que o de rock, e fomos
bem recebidos", conta Beto.
Como que respondendo à pergunta feita no título do álbum,
"Só Pra Quem Tem Dinheiro?",
Henrique diz querer que o álbum
alcance todas as faixas de público.
"O disco pode agradar tanto ao
"maloqueiro' quanto ao "mauricinho'", afirma.
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