São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 2000


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Filme, com Patrick Stewart como herói e Ian McKellen como vilão, modifica personagens do HQ
X-Men chega à telona

Divulgação
PROFESSOR XAVIER
Patrick Stewart
Poder mutante: telepatia. O professor Xavier é o mentor dos mutantes. É ele quem os treina no controle de seus poderes. Acredita que os mutantes e os humanos podem coexistir pacificamente




Longa baseado nos quadrinhos criados por Stan Lee em 63 estréia amanhã nos EUA e em agosto no Brasil


SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

Foi como mexer num vespeiro. A série de quadrinhos "X-Men", criada por Stan Lee em 1963 e um dos mais longevos sucessos do gênero, estava lá, pronta para quem quisesse filmar.
Até agora, ninguém havia se arriscado.
Os diretores (e os estúdios) temiam os "x-fãs", milhões espalhados pelo mundo, uma seita-quase-religião que se comunica sem parar pela Internet e vigia cada passo dado em direção ao universo dos heróis mutantes Ciclope, Jean Grey (Fênix), Tempestade, Vampira e Wolverine, comandados pelo professor Xavier, e dos vilões Dentes-de-Sabre, Groxo e Mística, chefiados por Magneto.
Até que o estúdio Fox, que vem de quatro fracassos seguidos, viu o potencial financeiro e topou a empreitada. Chamou sua principal revelação, Bryan Singer, 33, do bem-sucedido "Os Suspeitos", e lhe deu carta branca.
"X-Men", o filme, estréia amanhã nos EUA.
O diretor teve George Lucas e James Cameron como consultores de efeitos especiais; o próprio Stan Lee como mentor do roteiro; e o time vencedor de "Os Suspeitos", dois Oscar, na área técnica. "Cerquei-me dos melhores, não podia errar", disse Singer à Folha.

Sem estrelas
Para que ninguém se sobressaísse, o elenco quase não tem estrelas. O público deve lembrar de Patrick Stewart (o capitão Pickard, de "Star Trek"), como Xavier, Ian McKellen como seu antípoda, Magneto, e Anna Paquin (a menina de "O Piano", nada menina aqui), como Vampira. E só.
O resto é de quase-estreantes. O desconhecido australiano Hugh Jackman ficou com o que poderia ser um dos papéis principais, Wolverine. James Marsden, em seu début no cinema, é Ciclope.
O diretor tomou liberdades e tornou personagens mais elaborados. Mística é o melhor exemplo. Interpretada pela ex-modelo Rebecca Romijn-Stamos (no seriado "Friends", a namorada de Ross que tinha o apartamento mais sujo da cidade), a superlagarta ganhou sensualidade inédita.
Se funciona? Para o público de mais de 30 anos, é no mínimo esquisito ver sir Ian McKellen voando com um capacete na cabeça. Ou a atriz Halle Berry/o personagem Storm tentando interpretar um super-herói que está "criando" uma tempestade.
Mas o preconceito e a intolerância que seres diferentes como os tais mutantes provocam na sociedade, conflito principal do filme e da série inteligentemente valorizado pelo diretor, é suficiente para cativar a atenção.
E, sim, a legião de fãs pode dormir tranquila: "X-Men" cumpre o que promete, fazer uma das melhores séries de HQ chegar sem problemas ao cinema.


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