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Oscar da animação é destaque de festival
Anima Mundi 2006 chega à 14ª edição
com mais de 400 filmes de 40 países
John Canemaker, premiado
pela Academia neste ano
com "The Moon and the
Son", elogia o atual cenário
da animação internacional
ALEXANDRE MATIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"É uma nova Era de Ouro da
animação", comemora John
Canemaker, um dos convidados estrangeiros do Festival Internacional de Animação, o
Anima Mundi 2006, que começa amanhã no Rio de Janeiro e
chega a São Paulo no dia 26. O
evento chega à sua 14ª edição
com mais de 400 filmes de 40
países diferentes - números
que refletem a boa fase da arte
que já foi tratada como brincadeira para crianças e que hoje
praticamente domina o mercado de entretenimento, em níveis quase subliminares.
"Há mais oportunidades de
emprego, mais meios para distribuição, mais possibilidades
imaginativas para a arte do que
nunca", continua o convidado,
que já venceu duas vezes o Oscar (melhor curta animado deste ano, por "The Moon and the
Son", e o melhor de 1988, "You
Don't Have to Die") e é autor de
vários livros sobre animação.
Fronteira
"As novas tecnologias borraram a fronteira entre animação
e cinema -não poderia haver
filmes como "King Kong",
"Harry Potter", "Superman Returns", "Piratas do Caribe", "Jurassic Park" etc., sem animadores", segue, empolgado. "A animação está na TV, na web, em
iPods, celulares e videogames."
Canemaker, autor de livros
como "Treasures of Disney
Animation Art", "Felix - The
Twisted Tales of the World's
Most Famous Cat" e "Tex
Avery - The MGM Years", fará
duas apresentações sobre dois
nomes da primeira era da animação que já foram temas de livros seus: Mary Blair e Winsor
McCay.
Mary Blair era uma das principais animadoras do estúdio
Disney em sua fase clássica e foi
a responsável pelo design de filmes cruciais para o estabelecimento da imagem do estúdio,
como "Você Já Foi à Bahia"
(1944), "Cinderela" (1950),
"Alice no País das Maravilhas"
(1951) e "Peter Pan" (1953),
além de criar o passeio "Pequeno Mundo", na Disneylândia.
"Walt Disney a amava e lhe
dava espaço no estúdio", conta
John, "e isso era estranho, porque a estilização de Blair era o
oposto polar dos desenhos tipo
"ilusão da vida" associados aos
filmes animados Disney, inspirados por Norman Rockwell e
ilustradores europeus de livros
de contos de fada. Seu trabalho
é plano e estilizado de uma forma infantil e sofisticada, com
uma paleta de cores agressivamente irreal".
Já McCay, é "universalmente
reconhecido como o primeiro
mestre tanto da tira de quadrinhos quanto do desenho animado", continua Canemaker.
"Sua obra-prima é "Little Nemo in Slumberland", que foi publicada pela primeira vez pelo
jornal "New York Herald", em
1905", afirma o diretor. "É simplesmente a tira de quadrinhos
mais bonita que existe, uma
fantasia de sonho surreal repleta de evocações infantis tanto
amáveis quanto grotescas, feito
com um impressionante traço
art noveau e um colorido sutil,
ainda que ousado e desenhado
com layouts que antecipam
técnicas de narrativa cinematográfica".
"Os dez desenhos de McCay
entre eles "Little Nemo" (1911),
"How a Mosquito Operates"
(1912), "Gertie the Dinosaur"
(1914) são marcos na história
desta arte e eram imbatíveis no
movimento fluido e na personalidade dos personagens até
que os filmes maduros de Disney aparecessem, duas décadas
mais tarde".
As apresentações sobre Mary
Blair acontecem no Rio (dia 20)
e em São Paulo (dia 26), mas a
de McCay só acontece no Rio
(dia 22), sempre às 16h30. Canemaker também participa do
Papo Animado, sessão de entrevistas aberta ao público, que
acontece nas duas cidades dia
21 no Rio e dia 27 em São Paulo,
ambas às 19h30.
Entre os outros convidados
internacionais do evento, estão
o japonês Kihachiro Kawamoto, que exibe seus longas "Winter Days" e "The Book of the
Dead", e o inglês Ian Mackinnon, responsável pelas animações em filmes de Tim Burton,
como "Marte Ataca" e "A Noiva
Cadáver".
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