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Televisão - Crítica
Pirotecnia eclipsa tudo em "Harry Potter"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A que respondem os filmes
de sucesso? Eis uma questão
difícil. Por que, no final do século 20, multidões faziam filas,
viam e reviam "Titanic", por
exemplo?
E por que, filme após filme (e
livro após livro), fãs buscam
quase em desespero o novo título de Harry Potter? Existe
primeiro, claro, o marketing
que nos formata. Mas ele sozinho não sustenta um êxito que
se prolonga por vários filmes.
Existe também o desejo infantil de ver e rever a mesma
história. E, de certa forma, como bem disse o autor Lima
Barreto sobre as novelas, Harry
Potter é basicamente sempre a
mesma história. Em todo caso,
"Harry Potter e a Pedra Filosofal" (TNT, 18h45) é o momento em que somos apresentados à escola de mágicos.
Uma idéia preciosa, já que remete ao que todos nós temos
em comum: as experiências escolares de infância e da juventude. Uma idéia machucada,
como sempre na era do "blockbuster", pela nuvem de efeitos
especiais que tolda todo o restante.
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