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Durham aceita vir a SP depois de boicotar a Bienal em 2006
DE SÃO PAULO
Jimmie Durham mudou de
ideia. Ele se recusou a participar da Bienal de São Paulo
em 2006 e boicotou a mostra
em carta pública, assunto
que detonou um dos grandes
debates antes do evento.
Disse à época que no Brasil
havia "uma situação intolerável no século 21". "Na lei
brasileira, índios não são tratados como seres humanos",
afirmou em discurso no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. "Estou aqui para
dizer que precisam mudar."
Chegou a comparar a realização da Bienal de São Paulo
ao absurdo de se fazer uma
mostra do tipo em Johannesburgo na era do apartheid.
Sem ter certeza de nenhum avanço concreto, Durham agora disse sim. "As coisas estão mudando na América do Sul", diz Durham.
"Não sei se isso será positivo
no final, mas me parece que
muito já começou a mudar."
Faz parte de uma mudança de postura. No lugar do silêncio, Durham agora quer
uma vitrine para expor suas
ideias, dizendo sentir "mais
vontade de participar do que
vontade de não participar".
"Não é que os índios no
Brasil sejam mais maltratados do que em outros lugares", admite. "Mas vi que isso
é um assunto chato e que eu
não sou um artista bom o suficiente para fazer arte boa a
partir dessa situação."
Agora Durham quer ser
subversivo. Segundo ele, tão
subversivo quanto o escritor
Jean Genet e artistas melhores do que ele, como Goya e
os pintores flamengos.
(SM)
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