São Paulo, quarta, 13 de agosto de 1997.



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NETVOX
Os anéis da Web

MARIA ERCILIA
do Universo Online

Nunca simpatizei muito com o verbo "surfar". Nada contra o esporte polinésio, quando é praticado sobre ondas de verdade. Mas essa história de surfar na Web parece meio forçada.
Só que ainda não achei palavra melhor. Devia ter um verbo especial só para aquelas horas perdidas, em que a gente entra numa página, já engancha em uma outra, depois pula para um programa de busca, digita uma palavra à toa e mergulha em mais não sei quantos sites.
A maioria das pessoas, quando começa a usar a Internet, dá essas viajadas. Depois cansa um pouco, descobre uma meia dúzia de sites que gosta e passa a visitar sempre. Não dá para aguentar tanta variedade o tempo todo.
É como chegar a uma cidade que nunca vimos, dá vontade de andar a esmo, absorvendo tudo. Depois de algum tempo, achamos nossas rotas e permanecemos nelas. É no espírito de preservação dessa vagabundagem que apareceram os "Web rings", ou anéis da Web.
Os anéis são uma evolução das listas de sites preferidos. Cria-se um anel sobre um assunto. Nele, os sites vão se emendando. Você entra por exemplo num site de quadrinhos japoneses, que leva a outro, que leva a outro...
No WebRing (www.webring.org), site mantido pelos autores da idéia, tem uma coleção de uns 5.000 deles. É parecido com o Yahoo. Uma coleção de coleções. Tem um anel de solteiros. Site atrás de site, de gente solteira. Pode? Tem de maluco, tem de "perdedores".
Os anéis não são formados apenas por sites que apontam um para o outro. São baseados num programa que garante que o anel não vai quebrar, à medida que os sites que o formam vão mudando.
No WebRing, cada anel tem uma página inicial, um índice e uma opção para cair em um site ao acaso.
Senhor do anel
Cada página envia o visitante ao próximo site, ou a um site ao acaso. A qualquer momento, você pode voltar para o índice. Assim, você pode ir "folheando" uma série de páginas reunidas pelo mesmo assunto. O anel faz uma coletânea de páginas, uma rede temática dentro da rede.
O "senhor do anel" (ou "ringmaster") tem um bocado de trabalho. Precisa manter o anel funcionando, achar sites para integrá-lo e convencê-los a participar.
Os anéis de sites funcionam melhor quando existe uma comunidade interessada nas páginas. Por exemplo, os anéis de fãs de seriados, bandas, personagens. Ou de hackers, de surfistas (de verdade).
O primeiro anel se chama Europa (wombat.doc.ic.ac.uk/europa.html) e nasceu na Inglaterra, no fim de 94. Liga páginas ao acaso. Andar por ele não tem muita graça. O autor o inventou só para ver até onde podia ir sem quebrar o anel. O WebRing adaptou e melhorou a idéia.
Apple
Acabou o mistério. Steve Jobs deu uma entrevista para a "Time" em que revelou que ele é a pessoa não-identificada que vendeu 1,5 milhão de ações da Apple dois meses atrás.
"Eu tinha perdido a esperança", disse ele. Perdeu dinheiro. Enquanto está todo mundo ocupado em prever o apocalipse da Apple, suas ações subiram bastante.
E as vendas do Mac OS8 (novo sistema operacional), lançado em julho, chegaram ao triplo da estimativa da empresa, provando que o Mac tem um público fiel. Faltava era produto.

ATLAS

Um milhão de nomes de sites estão em uso hoje; a Web aberta (páginas que não são protegidas por senhas) tem uns 80 milhões de páginas. O mais surpreendente: só uns 50 sites têm mais de 30 mil páginas.
Essas e outras você acha no Cyber-Atlas (www.cyberatlas.com), a melhor fonte de números e dados para quem lida com Internet. Veja, por exemplo, os salários de quem trabalha na Web nos EUA. E quanto custa fazer um site lá. É mais caro do que você pensa...


CANAL

Uma das primeiras publicações brasileiras a abrir um site na Web, a Pay-TV (www.paytv.com.br/) é o canal certo para quem quer acompanhar o mercado de TV paga e telecomunicações no Brasil.
O site é bilíngue. Tem um noticiário diário e um clipping das decisões do governo.
Mas o acesso é pago. De graça, você pode consultar pesquisas e estatísticas da Pay-TV e o Tira-Teima, um grande banco de respostas para dúvidas sobre TVs e satélites.

E-mail: netvox@uol.com.br



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