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MÚSICA
Com a Orquestra Jazz Sinfônica, grupo instrumental mostra composições de "2005" no Sesc Pinheiros, em São Paulo
Pau Brasil leva ao palco sua "utopia" da música criativa
JANAINA FIDALGO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Grupo musical híbrido de formação difusa, multifacetada e intertemporal." A autodefinição
impressa no encarte do novo álbum do Pau Brasil, "2005", sinaliza um pouco do que é este grupo,
que toca hoje e amanhã no Sesc
Pinheiros, em São Paulo.
Nos últimos 25 anos, o Pau Brasil incorporou o primitivo ao contemporâneo, o brasileiro ao internacional. E a mistura não se restringiu à música. Por ele passaram
o saxofonista Roberto Sion e a
cantora Marlui Miranda -para
citar só dois "pau-brasileiros".
A formação deste oitavo disco
-o baixista Rodolfo Stroeter, o
pianista Nelson Ayres, o violonista Paulo Bellinati, o saxofonista
Teco Cardoso e o baterista Ricardo Mosca- dá ao Pau Brasil um
"resultado mais maduro e com
maior frescor", segundo Stroeter,
46, o único que se mantém desde
o início, em 1979.
"A música está estruturada de
maneira que cada um se expressa
da forma mais natural e incisiva
possível. É uma música de criação
coletiva, um Brasil utópico", diz.
E o que é utopia na música? "É
viver exclusivamente do trabalho
do grupo. A minha utopia seria
viver de projetos que praticassem
a música criativa do Brasil."
Sobre a volta de Ayres e Bellinati, ambos da primeira formação,
Stroeter diz: "Restaura essa noção
de utopia que tínhamos juntos.
Adoro esse conjunto. Há alquimia entre os antigos e os novos".
Mas a presença do pianista e do
violonista vai além. Ajuda a recuperar parte do repertório: "Jongo", de Bellinati, gravada em "Pau
Brasil", e "Fogo no Baile", de Ayres, de "Pindorama". Há ainda as
inéditas "Ciranda" e "Pulo do Gato", além de "Bye Bye Brasil" (Menescal e Chico), "Bachianas Brasileiras nš 5" (Villa-Lobos) e "Baixa
do Sapateiro" (Ary Barroso).
"É uma mistura de coisas que a
gente foi burilando. Chegamos a
uma formação interessante onde
todo mundo sola e ninguém sola", diz. "Há mais maturidade, segurança e intimidade entre nós."
Nos shows deste final de semana o Pau Brasil tem como convidada especial a Orquestra Jazz
Sinfônica, que já foi anfitriã do
grupo em sua residência artística,
o teatro Sérgio Cardoso.
Parceria e caixa
"2005" marca a parceria entre o
selo Pau Brasil e a gravadora Biscoito Fino -o acordo prevê ainda relançamentos de CDs como
"O Sol de Oslo", de Gilberto Gil.
"Achei que seria emblemático começar com um disco desses", diz
o baixista.
Outra novidade é o lançamento
de uma caixa com os oito CDs do
grupo. Prevista para março de
2006, com o apoio da Lei Rouanet,
o box deve ter edição limitada.
Pau Brasil
Quando: hoje, às 21h, e amanhã, às 18h
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195,
Pinheiros, SP, tel. 0/xx/11/3095-9400)
Quanto: R$ 15
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