São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Filmes

TV Aberta

Ernest Vai à África   Record, 12h. (Ernest Goes to Africa). EUA, 1997, 87 min. Direção: John Cherry. Com Jim Varney, Linda Kash. Trapalhão e azarado, Ernest compra duas pedras pela bagatela de US$ 1, sem saber que está comprando objetos não só preciosos, como caros a uma tribo africana, que não quer perdê-los.

Um Lugar Chamado Notting Hill     Globo, 12h50. (Notting Hill). EUA/Inglaterra, 1999, 123 min. Direção: Rogers Michell. Com Julia Roberts, Hugh Grant. Outro conto de fadas com Julia Roberts. Desta vez, ela é uma estrela de Hollywood que, em Londres, entra na vida de um pacato livreiro. Um simpático filme para entretenimento (sobretudo de livreiros). Se é conto de fadas, é bom para o horário.

Um Romance Inesperado     Bandeirantes, 14h. (The Matchmaker). EUA/Irlanda,1997, 97 min. Direção: Mark Jaffe. Com Janeane Garofalo, David O'Hara, Milo O'Shea. Nesta comédia romântica, a assessora (Garofalo) de um senador americano é enviada à Irlanda em busca de argumentos que garantam alguns votos a mais para seu patrão junto à colônia irlandesa. Ela vai meio a contragosto e, ainda mais a contragosto, se descobre em um festival de casamento, com um monte de pretendentes ao seu redor. Mais empenhado do que a média.

Dennis, o Pimentinha, Ataca Novamente   SBT, 14h. (Dennis, the Menace Striker Again). EUA, 1998. Direção: Charles T. Kanganis. Com Don Rickles, George Kennedy, Justin Cooper. Dennis (Cooper) enfrenta seu melhor inimigo, o sr. Wilson (Rickles), mas ele também vai estar a seu lado e combater alguns vigaristas que estão tentando lhe aplicar um golpe. Diversão familiar sem grande expressão.

Um Ato de Coragem    SBT, 21h. (John Q.). EUA, 2001, 118 min. Direção: Nick Cassavetes. Com Denzel Washington, Robert Duvall, Anne Heche, James Woods. Com elenco de arromba, o filho de John Cassavetes empenha-se em narrar a história de um pai que, sem dinheiro, precisa de tratamento para o filho, com problemas cardíacos. Na falta de solução, ele invade pronto-socorro e, sem muita diplomacia, exige que receba os cuidados adequados. Essa ação é puro farol. O que o filme tem de mais interessante é a peregrinação do pai em busca de solução para o caso.

Vingança   Record, 21h30. (Revenge). EUA, 1990, 124 min. Direção: Tony Scott. Com Kevin Costner, Anthony Quinn, Madeleine Stowe, Miguel Ferrer. Costner vai ao encontro do amigo Quinn, homem poderoso e atrabiliário, que controla a parte do México em que vive e, não por acaso, é chamado Tiburón. Pois bem, Costner se apaixona pela bela garota do homem. Que responde da maneira que se espera. Uma história de Jim Harrison, que estaria bem nas mãos de Sam Peckinpah. Nas de Tony Scott, a dureza e a tendência ao esteticismo se confrontam.

Impacto   Globo, 23h35. (Sonic Impact). EUA, 2000, 94 min. Direção: Rodney McDonald. Com James Russo, Ice T, Michael Harris. Nesta altura, a Justiça já devia saber que bandidos levados a julgamento ou transferidos de um lugar a outro por avião sempre acham um meio de escapar, por mais correntes a que sejam atrelados. Aqui não é diferente. Como de costume, segue-se seqüestro da aeronave com tomada de reféns e exigências enormes para não causar estragos notáveis (no caso, jogar o avião contra uma cidade). Há, ainda, o agente do FBI que o enfrenta (Russo). E os etc. também de praxe.

As Horas    Globo, 1h10. (The Hours). EUA, 2002, 114 min. Direção: Stephen Daldry. Com Nicole Kidman, Meryl Streep, Julianne Moore. Em três momentos (1923, 1949 e 2002), três mulheres têm a vida afetada pelo romance "Sra. Dalloway", de Virginia Woolf. Uma delas é a própria Virginia (Kidman). O filme tenta captar o correr do tempo em várias dimensões. É mais pernóstico do que outra coisa, mas Kidman e Moore estão ótimas -e Meryl é Meryl. Inédito.

A Última Palavra   Bandeirantes, 1h30. (The Last Word). EUA, 1995, 94 min. Direção: Tony Spiridakis. Com Timothy Hutton, Joe Pantoliano, Richard Dreyfuss. Jornalista escreve livro sobre a Máfia que faz inesperado sucesso e chama a atenção, inclusive, dos chefões de Hollywood. Para desgraça de seu autor (Hutton), também chama a atenção dos chefões da Máfia.

Testemunha do Silêncio   Globo, 3h05. (Silent Fall). EUA, 1994, 100 min. Direção: Bruce Beresford. Com Richard Dreyfuss, Linda Hamilton, Liv Tyler, Ben Faulkner. Dreyfuss é o psicólogo que usa sua ciência na tentativa de entrar em contato com um autista (Faulkner), única testemunha de um duplo assassinato. Um filme com boa produção, um belo elenco, até um diretor forte, mas que não funcionou. (IA)

TV Paga

Crítica

Sturges faz defesa do cinema social

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Era 1941 e a guerra já rolava na Europa. Os EUA saíam da Depressão. O cinema estava no auge. A comédia sofisticada tinha se desenvolvido ao longo dos anos 30, com gente como George Cukor, Leo McCarey, Frank Capra, Lubitsch.
A década de 40 veria o surgimento de uma nova geração. Talvez Billy Wilder seja o mais festejado dessa época. Mas Preston Sturges não pode ser esquecido, e seu "Contrastes Humanos" (Telecine Cult, 14h30), de 1941, menos ainda.
No original, o título é "Sullivan's Travels", uma brincadeira com as viagens de Gulliver, e o filme trata das aventuras de um diretor de comédias disposto a quase tudo para fazer um filme sério. A partir daí, "Contrastes" poderia quase ser visto como um manifesto sobre a arte do cinema.
Pois Sullivan é um intelectual do leste, desses que caem em Hollywood, se enchem de dinheiro e casas com piscinas. Como eles, Sullivan continua a pensar carinhosamente num povo que passa por muitas dificuldades, que, no entanto, ele só conhece por ouvir dizer.
Como fazer para filmá-lo? Adquirir experiência própria. Viajar. Virar um vagabundo desses da era da Depressão, que viajavam de trem num país sem empregos.
No que vão dar essas viagens? Bem, aí é que Sturges desenvolve seu pensamento sobre o cinema e sua função social. Pode-se discordar dela, mas não deixar de admirar a clareza de sua demonstração.


Texto Anterior: Astrologia
Próximo Texto: José Simão: Trégua com o PCC! Entrégua tudo!
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.