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Crítica/orientais
"Zona de Risco" e "Patrulha" abordam limites
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA
Mais que países, as
fronteiras quase
sempre só servem
para separar os homens uns
dos outros. Com visões distintas, mas unidas no fluxo constante de cinema oriental que
chega às locadoras, dois filmes
abordam esses limites e produzem lições a seu modo.
"Zona de Risco", de 2000, é o
terceiro longa do coreano Park
Chan-wook, conhecido pelo superestimado "Old Boy". Os tiques narrativos do diretor funcionam melhor nessa aventura
de guerra marcada por uma visão burlesca. Na fronteira entre
as duas Coréias, um soldado é
feito refém, e a situação expõe o
absurdo de se traçar uma linha
divisória separando dois territórios. No caso do país, dividido
após uma guerra civil há meio
século, a vizinhança impõe atitudes que o filme explora sob
uma comicidade corrosiva, como uma disputa de cuspidas
entre dois soldados de cada um
dos lados.
Já "Patrulha da Montanha" é
um drama chinês que relata a
luta de um grupo para defender
os antílopes da ação de caçadores ilegais, no Tibete. O tema
ganha luminosidade na abordagem etnológica de Lu Chuan.
O diretor usa tratamento documental e enfatiza as cores dramáticas do conflito que opõe os
homens que deveriam estar do
mesmo lado sob os olhos de
uma natureza duríssima e bela.
O resultado é um filme que
consegue equilibrar cor local e
espetáculo sem precisar recorrer aos clichês do exótico.
ZONA DE RISCO
Diretor: Park Chan-wook
Distribuidora: Europa (para locação)
PATRULHA DA MONTANHA
Diretor: Lu Chuan
Distribuidora: Sony (para locação)
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