São Paulo, domingo, 13 de agosto de 2006

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Crítica/orientais

"Zona de Risco" e "Patrulha" abordam limites

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

Mais que países, as fronteiras quase sempre só servem para separar os homens uns dos outros. Com visões distintas, mas unidas no fluxo constante de cinema oriental que chega às locadoras, dois filmes abordam esses limites e produzem lições a seu modo.
"Zona de Risco", de 2000, é o terceiro longa do coreano Park Chan-wook, conhecido pelo superestimado "Old Boy". Os tiques narrativos do diretor funcionam melhor nessa aventura de guerra marcada por uma visão burlesca. Na fronteira entre as duas Coréias, um soldado é feito refém, e a situação expõe o absurdo de se traçar uma linha divisória separando dois territórios. No caso do país, dividido após uma guerra civil há meio século, a vizinhança impõe atitudes que o filme explora sob uma comicidade corrosiva, como uma disputa de cuspidas entre dois soldados de cada um dos lados.
Já "Patrulha da Montanha" é um drama chinês que relata a luta de um grupo para defender os antílopes da ação de caçadores ilegais, no Tibete. O tema ganha luminosidade na abordagem etnológica de Lu Chuan. O diretor usa tratamento documental e enfatiza as cores dramáticas do conflito que opõe os homens que deveriam estar do mesmo lado sob os olhos de uma natureza duríssima e bela. O resultado é um filme que consegue equilibrar cor local e espetáculo sem precisar recorrer aos clichês do exótico.


ZONA DE RISCO    
Diretor:
Park Chan-wook
Distribuidora: Europa (para locação)

PATRULHA DA MONTANHA    
Diretor:
Lu Chuan
Distribuidora: Sony (para locação)


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